Estadão.
Quase
um terço dos 27 estados brasileiros terá novos governadores a partir
desta sexta-feira (4). Pelo menos sete governantes eleitos em 2010 vão
renunciar hoje para disputar outros cargos, mas o número pode chegar a
nove. Todos
fazem parte do rol de doze governadores que já foram reconduzidos ao
cargo e, por isso, não podem se candidatar à reeleição - três políticos
decidiram permanecer no posto até dezembro e ficarão sem mandato a
partir do ano que vem.
De
acordo com a legislação, chefes do Poder Executivo devem deixar o cargo
até seis meses antes da votação na qual concorrerão a outro posto no
Legislativo ou em outra esfera de poder. Nessa última situação está o
pernambucano Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência da
República.
Os
demais governadores que vão renunciar hoje pretendem disputar cargos no
Congresso Nacional - geralmente o Senado - ou permitir que parentes
possam sair candidatos. O governante só pode permanecer no cargo se
concorrer à reeleição - caso de 15 atuais chefes de Executivos
Estaduais.
Dois
governadores deixaram para a última hora o anúncio de seu futuro
político. No Ceará, Cid Gomes (PROS) vai aproveitar hoje a inauguração
de uma policlínica para dizer se deixa o governo ou não. Cid
precisa renunciar para ser candidato a senador ou para que seu
irmão, Ciro Gomes, dispute essa vaga, embora o ex-ministro não goste da
ideia.
Situação
semelhante vive Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão. O mais provável é
que a governadora renuncie e dispute uma vaga no Senado. Esse teria sido
um pedido feito pelo seu pai, o senador José Sarney, que deve concorrer
à reeleição pelo Amapá.
O grupo
dos que vão cumprir o mandato até o fim é formado pelo tucano Teotonio
Vilela (Alagoas), pelo peemedebista Silval Barbosa (Mato Grosso) e pelo
petista Jaques Wagner (Bahia). O
último deve integrar o núcleo da campanha à reeleição da presidente
Dilma Rousseff (PT). Em caso de vitória, Jaques provavelmente começaria
2015 na Esplanada dos Ministérios.
Dilema - Quem
já confirmou a renúncia para hoje foi o governador do Rio de Janeiro,
Sérgio Cabral (PMDB). Ele vai abrir espaço para o vice, Luiz Fernando
Pezão (PMDB), ganhar visibilidade na disputa pelo Palácio Guanabara. Cabral
deve tentar voltar ao Senado, mas a queda de popularidade desde os
protestos do ano passado tornaram o futuro do peemedebista mais
imprevisível do que se previa um ano atrás.
Em Minas
Gerais, Antonio Anastasia (PSDB) também vai renunciar ao mandato, mas
ainda não confirmou se disputará o Senado. Oficialmente, o tucano
trabalhará na elaboração do plano de governo do pré-candidato do seu
partido à Presidência da República, o senador mineiro Aécio Neves.
Nos quinze
estados em que o governador pode se reeleger, quase todos serão
candidatos. Podem ocorrer duas exceções. No Rio Grande do Norte, Rosalba
Ciarlini quer ser candidata, mas o DEM, seu partido, pode preferir
apoiar outra sigla.
No
Tocantins, Siqueira Campos (PSDB) não disse se vai ou não concorrer à
reeleição. Especula-se que ele renuncie para dar lugar na chapa ao
filho, Eduardo.
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