quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"Diabo se envergonharia da campanha do PT", diz Aécio


Do G1

Candidato derrotado do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG) afirmou nesta quarta-feira (5), durante reunião da Executiva Nacional do PSDB que contou com a presença de líderes de outros partidos oposicionistas, que o “diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas durante a eleição deste ano”.
Foi uma referência à campanha do PT, partido que saiu vitorioso na disputa presidencial. A declaração do tucano foi uma resposta a uma declaração da presidente reeleita Dilma Rousseff do ano passado, na qual ela afirmou que se pode “fazer o diabo na hora da eleição”.

“Essa campanha levará duas marcas muito claras. Uma delas protagonizada pelos nossos adversários, a campanha da infâmia, da mentira, da utilização absolutamente sem limites da máquina publica em benefício de um projeto de poder. Pelo menos cumpriram a palavra. Disseram que iam fazer o diabo. O diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas durante essa eleição”, declarou o tucano, arrancando aplausos da plateia.
 

A frase polêmica de Dilma, que motivou a declaração desta quarta-feira de Aécio, foi dita em março de 2013, quando o PSB recém havia começado a cogitar o lançamento da candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos ao Palácio do Planalto. Na ocasião, Dilma afirmou durante uma cerimônia pública em João Pessoa que valia tudo durante a corrida eleitoral.

“Nós podemos disputar eleição, brigar na eleição, fazer o diabo na hora da eleição. Agora, quando a gente está no exercício do mandato, temos de nos respeitar, porque fomos eleitos pelo voto direto do povo brasileiro”, disse Dilma em 2013.
 
Na visão de Aécio Neves, o atual governo está “envergonhado pelas armas que usou para vencer a eleição presidencial deste ano. Ele ironizou a presidente reeleita durante a reunião da executiva tucana, afirmando que, apesar de ter perdido a eleição, ele coloca a “cabeça no travesseiro” e dorme “tranquilo”.

“Eu falei a verdade”, declarou o tucano, que aproveitou para criticar a alta de 0,25% da taxa Selic promovida na semana passada pelo Banco Central. “Eles nos acusaram de ser sermos os patrocinadores do capital financeiro. Diziam que votar no Aécio significava aumento de juros, estímulo ao capital especulativo. O que aconteceu? Taxas de juros aumentaram para combater inflação que, para eles, não existia”, ressaltou o parlamentar tucano.

Aécio Neves, que acumula as funções de senador com a presidência nacional do PSDB, retornou ao cenário político nesta terça (4), nove dias após o segundo turno da eleição presidencial. Em sua primeira aparição no Legislativo depois da derrota nas urnas, ele foi recepcionado por dezenas de simpatizantes e parlamentares oposicionistas na fachada do Congresso Nacional.

Na tentativa de demonstrar que a oposição está coesa, Aécio reuniu nesta quarta-feira, além de dirigentes e parlamentares do PSDB, representantes dos partidos que o apoiaram no primeiro e no segundo turno da corrida pelo Palácio do Planalto, como os deputados Rubens Bueno (PPS-PR), Mendonça Filho (DEM-PE), Roberto Freire (PPS) e Paulinho da Força (SD).

Havia a expectativa de que o senador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), e o governador reeleito Geraldo Alckmin também prestigiariam o evento partidário, mas eles não compareceram.
Na reunião, Aécio propôs um pacto para construir no país uma “oposição revigorada”. O senador disse que vai criar um grupo com técnicos que analisarão as ações do governo em dez áreas, a fim de 'municiar' e “qualificar” a atuação de parlamentares oposicionistas.

'Nós estamos, a partir de hoje, selando um pacto de construção de uma oposição revigorada, e por mais paradoxal que possa parecer, de uma oposição vitoriosa, porque disputamos essa eleição falando a verdade', afirmou.

“Vamos juntos fazer a mais vigorosa oposição que esse Brasil já viu”, complementou o presidente nacional do PSDB. Aécio comentou que seu avô Tancredo Neves dizia que “voto, você nunca tem, voto você teve”. Por isso, segundo o parlamentar tucano, a oposição precisará “trabalhar muito” para manter “a chama acesa” nos 51 milhões de eleitores que votaram nele no segundo turno.

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