sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Sem discurso e sem apoios

Por Magno Martins 
       Nas primeiras entrevistas que ouvi do candidato do PT a prefeito do Recife, João Paulo, foram no sentido de desqualificar a gestão do prefeito Geraldo Júlio (PSB), que disputa com ele o segundo turno, como se tudo de bom que ocorreu na capital nos últimos anos tenha sido obra do PT e dele. Parece que o petista continua mal assessorado. Neste debate de confronto de gestões, João levou, sem dúvida, uma tremenda desvantagem.
Tanto que despencou nas pesquisas e chegou desidratado às urnas, saindo de 36%, no primeiro levantamento de intenção de voto do Ibope, para 24% dos votos válidos. João, aliás, só não levou uma surra no primeiro turno porque a candidata do DEM, Priscila Krause, que aparecia com 2% em todas as pesquisas, obteve 4,2% dos votos, isso sem falar no candidato do PV, Carlos Augusto, que teve 0,6% dos votos, percentual que faltou a Geraldo para liquidar a fatura no primeiro turno.
João está mais perdido do que cego em tiroteio para encontrar um discurso convincente. Na propaganda eleitoral, Geraldo venceu a batalha da comunicação em gestão pública quando mostrou que, em apenas quatro anos, conseguiu fazer mais obras e atrair mais investimentos para o Recife do que o PT em 12 anos. Neste sentido, uma criativa inserção na TV recorrendo ao uso de bonecos mamulengos caiu na graça da população, massificando a ideia de que o PSB fez mais do que o PT.
Se o petista recorrer ao discurso da ética, também não terá encontrado o melhor caminho. Basta fazer a leitura do resultado das urnas do pleito de domingo passado, onde o PT foi praticamente varrido das capitais, elegendo apenas o prefeito de Rio Branco, capital do Acre, sem a menor importância na geografia política do País por ser um minúsculo colégio eleitoral, na mesma proporção de Caruaru, no Agreste pernambucano. Tudo por causa dos escândalos que arrasaram a imagem do partido e de suas principais lideranças.
Para avançar e se transformar num candidato competitivo João Paulo tem, também, que associar seu discurso à política de ampliação do seu palanque. Até o momento, só quem está levando vantagem neste território é Geraldo, que agregou, de supetão, o apoio do PSDB e do DEM, partidos que disputaram o primeiro turno com candidatos próprios. Nas eleições de segundo turno existe uma regra bem básica: ganha quem soma mais. A não ser que o petista contrarie este princípio histórico e elementar.

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