Blog do Josias
Sérgio Moro, um dos responsáveis pela prisão de Sérgio Cabral, listou a ruína financeira do Estado do Rio entre as justificativas para retirar o ex-governador de circulação. O juiz da Lava Jato sustentou em seu despacho que deixar Cabral solto seria uma “afronta”. Moro anotou que a necessidade de prisão de Cabral e seus cúmplices “faz-se ainda mais presente diante da notória situação de ruína das contas públicas do governo do Rio de Janeiro”.
Acrescentou: “Constituiria afronta permitir que os investigados persistissem fruindo em liberdade do produto milionário de seus crimes, inclusive com aquisição, mediante condutas de ocultação e dissimulação, de novo patrimônio, parte em bens de luxo, enquanto, por conta de gestão governamental aparentemente comprometida por corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele Estado tamanhos sacrifícios, com aumentos de tributos e corte de salários e de investimentos públicos e sociais”.
Moro atuou nesta fase da investigação em conjunto com um juiz do Rio, Marcelo Bretas, que também decretou a prisão de Cabral. A parceria interestadual entre juízes é mais uma novidade da Lava Jato. A cooperação se estendeu ao Ministério Público Federal. Dois procuradores de Curitiba se deslocaram para o Rio. Acompanharam a execução dos mandados de prisão e de busca e apreensão.
Segundo a Lava Jato, a ''organização criminosa'' liderada por Cabral desviou pelo menos R$ 220 milhões em verbas públicas. O ex-governador é acusado de receber uma mesada de empreiteiras. Chegou a receber R$ 500 mil por mês. Divulgaram-se fotos de joias e objetos de luxo que ajudam a entender como o Cabral e sua mulher investiam o dinheiro.
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