sábado, 14 de janeiro de 2017

Fim da calmaria


Geddel e Cunha, segundo as denúncias, lucravam pessoalmente e para o partido com esquema de propinas de empresas que obtinham empréstimos da CEF
João Bosco Rabello - Política no Ar
O recesso parlamentar continua até fevereiro, mas o da Polícia Federal acabou antes e trouxe de volta os fantasmas que assombram a classe política e o governo Temer.
O descanso da Polícia Federal foi mais curto: autorizada pelo juiz Vallisney de Souza em 19 de dezembro do ano passado, a operação cumprida apenas ontem de manhã, avança sobre o PMDB a partir do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
A outra má notícia para o governo, de potencial demolidor consideravelmente maior, é a reabertura da delação da empreiteira Camargo Corrêa, que amplia as investigações sobre toda a base do governo e ao próprio presidente da República, nela citado com correligionários.
Geddel Vieira Lima deixou o governo por um delito de natureza ética para protagonizar capítulo penal fora do universo da Lava Jato, relativo ao período em que exerceu o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica no governo Dilma Rousseff.
A investigação que o alcança está bastante avançada por ter como origem a varredura da Polícia Federal em um celular de Eduardo Cunha, este, sim, investigado na Lava Jato..
E é essa ligação que queima etapas no trajeto até o grupo do ex-presidente da Câmara – com mais de 200 parlamentares, majoritariamente do PMDB, mas que reunia todo o chamado “Centrão”.
Geddel e Cunha, segundo as denúncias, lucravam pessoalmente e para o partido com esquema de propinas de empresas que obtiam empréstimos da CEF aprovados por influência de Geddel e de mais quatro vice-presidências da instituição.
O universo beneficiado é hoje parcela expressiva da base de sustentação do governo Temer – como era de Dilma e foi do PT, enquanto durou a aliança política. O esquema foi uma das fontes de abastecimento do partido próprio que Cunha liderou enquanto presidente da Câmara.
Não por acaso, a operação foi denominada Cui Bono?,  que se traduz por “a quem beneficia”. No caso, entre outros, parte da base do governo- o novelo ao qual vai levar o fio puxado ontem.
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