quinta-feira, 13 de abril de 2017

Delator detalha pagamento de R$ 21,3 milhões a pedido de Kassab

Foto: (Reprodução)
G1, Brasília

O ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior detalhou em depoimento pagamentos feitos entre 2008 e 2014 pela empreiteira, a pedido do atual ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP). A maior parte de um total de R$ 21,3 milhões teria sido paga através de caixa dois.
Benedicto Júnior é um dos ex-dirigentes da empreiteira que fecharam acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. As delações foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao G1, o ministro informou que tem confiança na Justiça e ressaltou que é necessário ter cautela com informações prestadas por colaboradores, "que não são provas" e devem ser analisadas com isenção. "As doações para suas campanhas foram realizadas em acordo com a legislação. Todas as decisões tomadas nos cargos que ocupou foram técnicas e pautadas pelo interesse público", informou a assessoria de imprensa de Kassab.
O delator afirmou que, em 2013, foi procurado por Kassab e recebeu um pedido de ajuda para a criação de um novo partido: o PSD. Após a solicitação, segundo ele, foram feitos pagamentos entre novembro de 2013 e setembro de 2014, totalizando R$ 17,9 milhões.
“O doutor Kassab sabia que esse dinheiro era por caixa dois, era um número expressivo. Não era factível fazer uma doação de R$ 17 milhões da Odebrecht para o PSD e eu disse a ele como nós poderíamos operacionalizar pelo setor de operações”, afirmou, em depoimento.
Júnior disse ainda que anos antes, em 2008, foi convidado para um café da manhã na casa de Kassab em São Paulo, onde o então prefeito da capital fez um pedido de ajuda à Odebrecht, mencionando o valor de R$ 3,4 milhões.
“Eu entendi que, apesar do número, era a cidade de São Paulo, a relação com Kassab era saudável, eu fiz os planejamentos e nós pagamos R$ 3,4 milhões ao longo de janeiro a junho de 2008”, disse, sem deixar claro se esse pagamento foi por meio de caixa dois.
Ainda em 2008, segundo ele, a empresa foi procurada para que fizesse uma doação para a campanha de Kassab “com a alegação de que se nós não fizéssemos, nós seriamos prejudicados numa licitação”.
Júnior teria informado, então, que o pagamento já havia sido efetuado. Segundo ele, a Odebrecht acabou não sendo prejudicada e venceu a licitação.

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