Nádia Ferreira
Atuação
do deputado Mendonça Filho (Democratas-PE) resultou no cancelamento da
concessão da Unicel do Brasil para operar a telefonia móvel no estado de
São Paulo. A autorização concedida à empresa pelo Ministério das
Comunicações foi extinta após requerimento do vice-líder do Democratas
pedindo esclarecimentos ao ministro Paulo Bernardo. De acordo com
reportagem da revista Veja de novembro de 2012, a Unicel está em
processo em falência e têm dívidas que somam R$ 150 milhões. Apesar
disso, a empresa conseguiu a concessão e estava para ser adquirida, por
R$ 500 milhões, pela Nextel, processo também suspenso pelo governo no
início deste ano.
“Nós
tínhamos uma clara percepção que o ato era ilegal, inclusive, da forma
como foi denunciado. A pressão da imprensa e o nosso requerimento
fizeram com que o governo não bancasse a situação que era porta aberta
para contestações judiciais”, avalia Mendonça Filho. “Mais uma vez,
estamos cumprindo nossa função como deputado de oposição de fiscalizar
os atos do governo pela preservação do respeito ao dinheiro público”,
afirmou.
O
cancelamento da concessão e da compra citadas foram oficializadas pelo
Ato 120 da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicada no
Diário Oficial da União poucos dias antes de os questionamentos de
Mendonça Filho serem respondidos pelo ministro das Comunicações. Nas
respostas, o ministro informa essas providências e admite que há ações
da própria Anatel contra a Unicel pelo não cumprimento de suas
obrigações de cobertura em contrato assumido pela empresa. Além disso,
foi comprovado que a empresa está inoperante e foi inscrita no
Cadastrado de Inadimplentes do Governo Federal, condições que a tornam
inapta a operar uma concessão.
Um dos diretores da empresa é José
Roberto Camargo Campos, marido da ex-ministra da Casa Civil, Erenice
Guerra. Em 2010, a polícia federal investigou um esquema de
favorecimento a Unicel que resultou na saída de Erenice do cargo de
ministra.
Histórico
A
Unicel do Brasil conseguiu, em 2007, na Justiça uma autorização da
Anatel para explorar o serviço de telefonia celular no estado de São
Paulo nas cidades com código DDD 11. No ano seguinte, a empresa lançou o
serviço com o nome “aeiou”. No entanto, a Unicel teve uma série de
problemas para implantar o serviço e acumula dívidas superiores a R$ 150
milhões. A reportagem da revista Veja foi publicada em 14 de novembro
de 2012 denunciando a precariedade da concessão e questionando os termos
da compra da Unicel pela Nextel. Dia 20 de novembro, o deputado
Mendonça Filho encaminhou requerimento de informação ao ministro das
Comunicações, Paulo Bernardo, pedindo esclarecimentos sobre o tema. No
dia 22 de janeiro de 2013, a Anatel publicou no Diário Oficial da União
ato extinguindo da concessão e autorização para compra da empresa pela
Nextel.
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