segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Procuradores: 2018 será a batalha final da Lava Jato


Reuters - Rodrigo Viga Gaier
As eleições de 2018 representam a batalha final para o futuro da operação Lava Jato, disseram nesta segunda-feira procuradores da operação de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, alertando que não vão se acanhar com os ataques que vêm sofrendo por causa das investigações e que haverá ações conjuntas no próximo ano.
Eles ressaltaram que o futuro da operação depende da composição do próximo Congresso Nacional e exortaram a população a fazer boas escolhas, de preferência, candidatos ficha limpa, sem histórico de corrupção e que pretendem se eleger para apoiar a Lava Jato.
"É preciso que a sociedade continue atenta aos movimentos dos atuais parlamentares, manifestando-se contra qualquer tentativa de dificultar ou impedir as investigações criminais de pessoas poderosas", afirmaram em carta os procuradores da Lava Jato de Curitiba, Rio e São Paulo.
O procurador federal do Paraná Deltan Dallagnol acrescentou em entrevista concedida na capital fluminense: "2018 será a batalha final para a Lava Jato....será uma vitória para a Lava Jato se forem eleitos candidatos com passado limpo e que atuem no combate a corrupção, mas o futuro será sombrio se os que estão aí forem mantidos".
Procuradores que atuam nas forças-tarefas do Rio de Janeiro, de Curitiba e de São Paulo se reuniram nesta segunda para traçarem novas estratégias para 2018, e a perspectiva é que ocorram novas operações conjuntas.
"Esperamos que o STF dê uma resposta rápida para o foro privilegiado e se essa restrição não vier pelo STF ou Congresso esperamos que a sociedade acabe com o foro não votando em corruptos e ficha suja", disse Dallagnol. "Se a população quer que pessoas com foro sejam investigadas então o caminho é não elegê-las em 2018 para que possam ser investigadas."
Apesar do tom político dado na entrevista, os procuradores da Lava Jato disseram desconhecer que algum membro da operação tenha pretensões eleitorais em 2018.
O procurador paranaense aproveitou para criticar o Judiciário brasileiro, que segundo ele, peca pela falta de "resolutividade" dos processos. "O sistema brasileiro é feito para não resolver questões importantes e investigações contra poderosos", finalizou Dallagnol.

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