quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Trinta anos da eleição de Tancredo Neves

 


Do Diário de Pernambuco
A eleição do presidente Tancredo Neves (PMDB) no Colégio Eleitoral, que completa exatos 30 anos hoje, ainda suscita debate e reflexões para a chamada “Nova República”, que marcou o fim do regime militar de 1964 e deu ao país uma virada na agenda política. Em Pernambuco, o único a se abster da votação indireta, o ainda senador e futuro deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), se arrepende de não ter comparecido à votação. “Eu era a favor da eleição direta. Eu fui o único do PMDB a não comparecer, mas o que importa é que hoje eu fiz uma autocrítica e vi que eu estava equivocado”, disse.
A posição de Jarbas poderia até mudar o placar, mas não alteraria o resultado final do pleito. Tancredo Neves, ex-governador de Minas Gerais, venceu o candidato da situação, Paulo Maluf, do PDS, por 480 votos a 180 no Colégio Eleitoral, formado por deputados federais, estaduais, senadores e governadores. Porém, apesar de sair vitorioso na disputa, Tancredo não chegou a assumir por questões de saúde, abrindo caminho para a diplomação e posse do então vice-presidente José Sarney (PMDB), que até pouco tempo ainda circulava no Senado representando o estado do Amapá.
Além de Jarbas Vasconcelos, outros nomes de Pernambuco foram destaque na época, mas, no caso, favoráveis à eleição de Tancredo Neves. A articulação, realizada pelo então senador Marco Maciel e o então governador do estado Roberto Magalhães - que estavam no mesmo partido de Paulo Maluf e abriram uma dissidência -, deu força à campanha de Tancredo. “Todos os governadores do Nordeste eram do PDS, e apenas um, o da Paraíba, Wilson Braga, votou em Maluf. Isso foi decisivo para Tancredo, que, depois da eleição, fez uma série de elogios a Roberto”, relembrou o então prefeito do Recife Joaquim Francisco, hoje no PSB.
O ex-deputado federal Gilson Machado era delegado do PSD, partido governista, e lembra que Maluf não alcançou o consenso na legenda. “Houve uma disputa interna entre Maluf e Mário Andreazza, e Maluf acabou ganhando. O nome ideal seria o de Andreazza. Eu não participei da votação no Colégio Eleitoral, mas segui a determinação do partido”. A votação indireta para o novo presidente foi aberta e incluiu nomes como os dos deputados Cristina Tavares, do PMDB, Inocêncio Oliveira (PR) e Roberto Freire (PPS).

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