Aos poucos, Carmen Lúcia vai marcando seu jeito de agir num momento em que entrevistas, comentários e respostas vão alimentando crises e a tensão no ambiente. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) repetiu o roteiro por ela adotado em outro momento de tensão entre o Legislativo e o Judiciário: simplesmente, evitou encontros ou conversas para tratar do assunto.
Foi assim que ela não atendeu nesta quinta-feira a uma ligação do presidente do Senado, Renan Calheiros na tarde desta quinta-feira (15).
Renan havia anunciado que, juntamente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, iria ter uma conversa com Carmen Lúcia para tratar do mandado de segurança com liminar do ministro Luis Fux, que mandou voltar à Câmara o projeto sobre as dez medidas de combate à corrupção.
Carmen Lúcia evitou a conversa com Renan que, há uma semana, se recusou a receber um oficial de Justiça que pretendia notificá-lo de liminar do ministro Marco Aurélio Melo determinando seu afastamento da presidência do Senado - decisão que não foi confirmada pelo plenário do STF.
No episódio anterior, Carmen Lúcia evitou reunião com Renan que havia chamado de "juizeco" o juiz Vallisney Oliveira, que autorizou a operação da PF que investigou policiais legislativos do Senado.
As duas decisões seguidas vão mostrando o estilo de Carmen Lúcia no comando do Supremo. Ela é de poucas, mas firmes palavras quando entende que deve se pronunciar sobre determinado assunto. Ao mesmo tempo, é do tipo que evita reuniões e confraternizações, sobretudo em momentos de maior tensão. Ela cumpre papel institucional, fala em defesa do papel institucional da Justiça, mas não abraçou a reivindicação salarial da categoria.
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