Depois da eleição municipal, o quadro político em Pernambuco deve
passar por grandes transformações. Se a Frente Popular permanecesse
unida, poderia governar o Estado por 16 ou 20 anos, mas deverá
fragmentar-se após a eleição dos novos prefeitos. No dia seguinte à
contagem dos votos estarão com suas campanhas nas ruas o ministro
Fernando Bezerra Coelho e os senadores Armando Monteiro e Humberto
Costa dado que não há um nome natural à sucessão de Eduardo Campos.
Além disso, essa rearrumação deve acelerar-se por causa da
reaproximação do governador com o senador Jarbas Vasconcelos. Isso
fatalmente empurrará Mendonça Filho para os braços de Armando Monteiro
(os dois já estão se entendendo sobre a eleição de Santa Cruz do
Capibaribe) e deixará o deputado Sérgio Guerra no mato sem cachorro, já
que o namoro do PSB com os peemedebistas afastará inexoravelmente o
presidente nacional do PSDB dos palanques da Frente Popular.
Tudo ainda é muito embrionário, mas é o cenário que se vislumbra para o
pós eleições, independente da candidatura de Eduardo Campos a
presidente da República. O governador está no propósito, legítimo, de
unir Pernambuco em torno do seu nome, mas deve esbarrar numa
dificuldade de ordem prática: não há, como nunca houve no passado,
espaço para todos num lado só. Quando a oposição é sufocada, ou some do
mapa, desabrocha automaticamente no próprio bloco governista.
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