Os sinais estão
por toda parte: uma greve geral de sindicalistas travou vários pontos do
país; a popularidade – desde o início do mandato nas alturas – caiu
como uma tumba pesada depois dos protestos de junho; os prefeitos,
sempre tão elogiosos e sedentos por recursos do Governo Federal,
vaiaram-na durante discurso; a economia, como se sabe, não vai nada bem;
e o Congresso Nacional, na forma do aliado PMDB, se sentiu mais do que
confortável para enterrar a proposta de plebiscito sugerida pela
presidente Dilma Rousseff (PT).
Os últimos 30 dias não foram felizes para a mandatária.
“Agora
está fácil bater. É a lógica de empurrar o bêbado na ladeira”, afirma o
cientista politico do Insper, Humberto Dantas. Para ele, as vaias dos
prefeitos e o comportamento dos aliados no Congresso Nacional são nada
mais que uma consequência do momento de fragilidade vivido pela
presidente.
Dilma, claro, continua durona. Em reunião com
ministros na semana passada, deixou claro – nos tons amenos pelos quais
já é conhecida - que não “estava acuada”. Mas é notório que só pelo fato
de ter de dizer tal coisa já indica que a situação não é favorável.
“Ninguém me defende, fugiram todos”, teria confessado Dilma a um
interlocutor, segundo a coluna de Dora Kramer, no Estadão.
Dilma
vive hoje “seu pior momento em dois anos e meio de governo”, atesta o
professor de ciência política aposentado da Universidade de Brasília,
Octaciano Nogueira.
Diante do quadro, os petistas querem reverter
o cenário o quanto antes. O marqueteiro João Santana já cravou: Dilma
recupera a credibilidade nas pesquisas em até quatro meses. Segundo
levantamento do Datafolha realizado após os protestos, a popularidade da
presidente caiu 27 pontos percentuais em apenas três semanas.
Que
tudo é reversível, já se sabe: também em seu terceiro ano de mandato,
em 2005, Lula sofreu o desgaste da descoberta do mensalão. E nem por
isso deixou de ser reeleito no ano seguinte.
“É a economia,
estúpido!”. A frase, cunhada pela campanha de Bill Clinton para resumir o
único problema incontornável para os Estados Unidos em 1992, sintetiza o
principal entrave no caminho de Dilma Rousseff rumo à reeleição: a
economia. Esta dificuldade, mesmo pós-mensalão, Lula não teve.
Analistas
políticos concordam que Dilma pode se recuperar – nas pesquisas e na
moral com aliados e movimentos sociais - mas tudo vai depender mais do
desempenho da economia do que de outros fatores que a estejam
prejudicando neste momento, tais como a atrapalhada resposta ao clamor
das ruas em junho.
No dia 24 do mês
passado, por exemplo, Dilma sugeriu uma constituinte exclusiva para
reforma política, ideia logo enterrada ao ser tida por juristas como
impossível.
Os últimos acontecimentos mostram ainda que a
presidente não conseguiu driblar inteiramente as críticas, feitas desde
que assumiu o mandato, de que precisa dialogar mais com políticos
aliados e movimentos sociais, embora ela tenha tentado em várias
ocasiões.
Para Humberto Dantas, do Insper, não ajuda ninguém o
perfil centralizador de Dilma, tanto para tomar decisões quanto no
âmbito da execução de grandes projetos nacionais, que acabam se
concentrando nas mãos da União.
Mas se o primordial para a
recuperação da petista for mesmo somente a economia, o receituário de
cientistas políticos soa simples.
O grande problema é que
economistas estão tendo dificuldades para vislumbrar quaisquer sinais de
recuperação da atividade produtiva. A expectativa dos analistas ouvidos
no começo do ano pelo Boletim Focus, do Banco Central, era de que o PIB
fecharia 2013 com crescimento de 3,26%. Agora, já se espera 2,34%. A
mesma curva ascendente foi vista no ano passado, quando o PIB cresceu
magros 0,9%.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Patos no Caminho da Mudança!
Ramonilson Alves, Deputado Federal Eflain Filho, Benone Leão e Umberto Joubert. Por uma Patos Melhor!
-
O ex-prefeito de Caruaru, no Agreste pernambucano, e atual vereador do município, Tony Gel (DEM), apontou, entre outros motivos, incompetên...
-
Ambulância do município de Brejinho, estacionada em frente a U. M. M. R. S. , em São José do Egito, mostra a qualidade da saúde que o prefe...
-
Peço a Deus todo momento Pra um dia me levar Onde foi meu nascimento Refrão O que não posso tirar Nunca da minha lembrança é o pedaç...
Nenhum comentário:
Postar um comentário