terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Sergio Moro considera debate sobre divisão de ministério encerrado


Foto: Adriano Machado - Foto: Reuters

Do Terra - Por Reuters
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou ontem que não tem motivos para ficar comentando a possibilidade de cisão da pasta que comanda após o presidente Jair Bolsonaro ter dito na sexta-feira passada que essa discussão está encerrada.
"Para ser muito claro, ele deu uma declaração. Para mim, tenho esse assunto como encerrado", disse Moro, em entrevista ao programa de rádio Pânico, da Jovem Pan.
"Ele (o presidente) teve uma declaração categórica de que a chance era zero. Para mim, está encerrado. Pode ser que no futuro distante, possa se cogitar isso (separar o ministério). Não acho uma ideia muito boa. Falei com parlamentares da bancada da bala, da bancada da segurança pública, perdão... (Falei) que os ministérios são mais fortes juntos do que separados", reforçou o ministro.
Na sexta, após o assunto vir à tona nos dias anteriores, o presidente negou que tenha intenção neste momento de dividir a pasta de Moro, o que poderia enfraquecer o ministro.
"A chance no momento é zero. Tá bom ou não? Tá bom, né? Não sei amanhã. Na política tudo muda, mas não há essa intenção de dividir. Não há essa intenção", disse Bolsonaro a jornalistas logo após desembarcar em Nova Délhi para viagem oficial à Índia.
Na entrevista desta segunda, Moro disse que Bolsonaro, quando lhe fez o convite ainda em 2018 para ingressar no governo recém-eleito, afirmou que as duas áreas voltariam a ser unidas. Elas foram separadas durante menos de um ano no governo do presidente Michel Temer.
Na semana passada, secretários de Segurança Pública apresentaram pedido de separação das áreas em reunião com o presidente no Palácio do Planalto. Bolsonaro disse depois que iria estudar o assunto, mas a reação ao simples debate --com Moro, um dos ministros mais populares, ameaçando deixar o governo nos bastidores-- fez ele recuar sobre o debate.
Moro rebateu na entrevista alegações de que não teria experiência para lidar com a área de segurança pública. Disse que, nos 22 anos como magistrado, conheceu a questão "profundamente" citando o fato de ter sido juiz corregedor e lidado com processos que envolviam o crime organizado. Ele mencionou o fato de o país estar registrando queda dos índices de criminalidade em geral e citou a redução em 22% dos assassinatos em 2022.
"Os resultados falam por si", disse, ao avaliar que isso "nunca aconteceu antes no país."
Principal nome da operação Lava Jato até entrar no governo Bolsonaro, Moro é visto como potencial candidato na eleição presidencial de 2022.
Embora esteja cada vez mais participando de eventos públicos e dando entrevistas, ele negou recentemente mais uma vez ter qualquer interesse eleitoral e destacou que vai apoiar o presidente em sua tentativa de reeleição.

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