BRASÍLIA
- Há exatos 20 anos o Brasil assistiu à abertura do processo de
impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, aprovado por
441 votos na Câmara dos Deputados. Collor foi o primeiro presidente da
República eleito pelo voto direto após o regime militar, ao derrotar em
segundo turno o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
As primeiras denúncias contra Collor
surgiram após os 100 primeiros dias de mandato e diziam respeito a um
esquema de corrupção montado pelo ex-tesoureiro de campanha, Paulo César
Farias – conhecido como PC Farias. As denúncias, intensamente
divulgadas pela imprensa, culminaram com a criação de uma comissão
parlamentar mista de inquérito, a CPI do PC.
As denúncias de corrupção, associadas ao
desgaste do então presidente em função da implementação de planos de
estabilização da economia, levaram mais tarde à mobilização popular e à
aprovação do pedido de impeachment. Os planos econômicos, chamados de
Collor I e Collor II, consistiam basicamente em tentar controlar a
inflação, que já vinha alta desde o governo anterior de José Sarney. No
primeiro momento os planos surtiram efeito, mas o confisco do dinheiro
da população nos bancos e a volta da alta da inflação começaram a
provocar insatisfação do povo com o presidente.
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