Magno Martins
O
alinhamento automático do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao
governador Eduardo Campos foi tão surpreendente e incompreensível que
ainda hoje, quase um ano após, provoca os mais suspeitos e insuspeitos
comentários.
Por
que os políticos fazem alianças com adversários históricos? Em troca de
alguma coisa. Isso é elementar! A rádio dos corredores das Princesas já
matou a charada: Jarbas quer se reeleger senador e precisa do apoio de
Eduardo.
Aliás,
o recente cozido em sua casa de praia, no Janga, atraindo
personalidades de múltiplas facetas, que não se viam há tanto tempo, se
traduziu no lançamento da sua candidatura à reeleição. Esta foi a
impressão que ficou na cabeça dos comensais, de direita, esquerda e
centro, que participaram da pajelança.
Jarbas
está certíssimo, não se faz política de forma isolada, sem grupos.
Resta saber, entretanto, se o governador está de fato disposto a
reelegê-lo! Prefeito do Recife, governador por dois mandatos, Jarbas já
foi um general, mas quando aderiu ao governo não levou a sua tropa
junto.
Beijou
a mão de Eduardo apenas com o testemunho e o beijo adesista do seu fiel
escudeiro Raul Henry. Por isso, a adesão pareceu um gesto pessoal e
isolado. Sabe Jarbas que general nunca perde a patente.
Não
teria sido mais inteligente e compreensível politicamente se, na
travessia para a base eduardista, o senador tivesse levado o seu
diminuto exército junto, como Marco Maciel e o grupo Mendonça, com quem
dividiu o poder por oito anos?
Mas
preferiu ignorar velhos aliados. Fiel, candidato em sua chapa para o
Senado, Marco Maciel sequer foi consultado. Muito menos Mendonça Filho.
Teoricamente, se tivesse levado o grupo que o acompanhou e com quem
dividiu os louros do poder no Estado, a ruptura teria sido melhor
assimilada pela opinião pública.
Afinal,
o discurso da adesão foi sustentado em cima da unidade política do
Estado em favor do projeto do governador de disputar a Presidência da
República.
Maciel
e Mendonça certamente virão, mas se Jarbas tivesse agido no coletivo e
não no individualismo, ambos teriam aderidos juntos. E Jarbas teria o
discurso na ponta da língua de que o general não chegou sozinho, mas com
o seu exército.
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