quarta-feira, 25 de julho de 2018

Se vivo fosse, o carteiro Antonio Jorge de Souza completaria nesta quarta-feira 100 anos de idade

Está publicado abaixo o depoimento do editor deste Blog sobre seu pai, Antonio Jorge de Souza, paraibano de Teixeira, que, se vivo fosse, completaria nesta quarta-feira (25/07) 100 anos de idade.
A família se reuniu em São José do Egito (PE), para onde ele se transferiu ainda rapaz, casou-se com Alice Sampaio e constituiu família (10 filhos), na última sexta-feira (20), para reverenciar a sua memória.
A programação foi simples, bem ao estilo do homenageado, que era carteiro aposentado quando morreu em 1992 aos 73 anos de idade: uma missa na Igreja Matriz, uma sessão solene na Câmara Municipal e um coquetel no Clube da Maçonaria.
Dos 10 filhos, 8 estavam presentes: Ivanildo, Ideginaldo, Iveraldo, Ivaldo, Inaldo, Iranildo Roberto, Izilda e Ionilson. Faltaram Hildebrando (falecido em 2012 vítima de infarto) e Iradilson (que reside em Boa Vista, Roraima, e não pôde comparecer por questões de saúde).
O depoimento está publicado num livreto dedicado à sua memória, organizado pela única filha, Izilda Sampaio.
Ei-lo:
Meu pai foi um homem reto, de palavra, generoso, além de um exemplar chefe de família. Nasceu e se criou na zona rural de Matureia, então distrito de Teixeira (PB). E, embora não tenha tido oportunidade de estudar pelo menos até o nível que gostaria, era um apaixonado por educação e pela nossa língua. Falava e escrevia corretamente e tinha como seu único livro de cabeceira a gramática de Napoleão Mendes de Almeida, hoje talvez fora de catálogo mas um excelente professor dos amantes do português castiço.
Foi simples e bom até à morte, aos 73 anos de idade, e teve a clarividência, exercendo sua modesta profissão de alfaiate, e depois de carteiro, de direcionar os filhos para o único caminho que  considerava realmente certo e promissor: o da educação. Convivi com ele muito de perto até os 18 anos de idade, quando me transferi para o Recife a fim de cursar a faculdade. E dele ouvi certa vez, na calçada de nossa casa, em São José do Egito, quando estudava o 1º ano do curso de Direito (1976),  uma frase da qual nunca esqueci: “O maior defeito do ser humano é a ingratidão”. Não fumava, não bebia e nem gostava de “noitadas”.
Gostava mesmo era de caçar, ler a gramática de Napoleão Mendes, ouvir o “Repórter Esso” num velho rádio de pilha que havia na sala de nossa casa através do qual se informava sobre os mais relevantes fatos nacionais e internacionais, ir à missa ao meio dia do sábado na Igreja Matriz, presenciar o filho tocar o choro “Saxofone, por que choras?” (de Severino Rangel, o “Ratinho”) e sentar-se à calçada com um dos nossos vizinhos, seus compadres, após o jantar, para “matar o tempo” até a hora de dormir.
Dele sinto permanentemente uma imensa saudade, sobretudo porque se foi, precocemente, quando poderia ter vivido pelo menos mais 20 anos em companhia de minha mãe, que era seis anos mais jovem do que ele e estará completando no próximo dia 29 noventa e quatro anos de idade.
Continue descansando em paz, meu pai! 

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