quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Desobediência a Bolsonaro levou a queda de Cintra


Desobediência a ordem expressa de Bolsonaro foi gota d’água e levou à queda de Cintra.
Foto/fonte: Brasil247
Da Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima

Jair Bolsonaro ficou especialmente irritado e mandou demitir Marcos Cintra porque viu na divulgação de detalhes da proposta de recriação da CPMF uma desobediência a pedido feito pessoalmente por ele à equipe econômica. Antes de ser internado para sua quarta cirurgia, o presidente foi ao ministério e solicitou que o assunto não fosse esmiuçado até que ele saísse do hospital. Ressaltou que não estava convencido e pediu que o aguardassem para dar rumo à reforma tributária.
Este último episódio acabou sendo a cereja do bolo no processo de fritura de Cintra, agora ex-secretário da Receita. Bolsonaro estava insatisfeito e fazia críticas ao trabalho dele no órgão a outras autoridades, sem qualquer cerimônia, há meses.
O presidente costumava dizer que Cintra era uma boa pessoa, mas que não tinha condições de controlar a Receita. Depois disso, Paulo Guedes (Economia) começou a confidenciar que, dado o rumo da coisa, não seria possível manter o secretário no cargo por muito tempo.
No dia 15 de agosto o Painel relatou que a cabeça do então chefe do fisco estava à prêmio.
Na noite desta terça (10), mais de 12 horas antes da exoneração de Cintra, membros da Receita já especulavam, junto a parlamentares, que a queda do chefe era certa.
Na Câmara, o debate sobre a criação de um novo tributo nos moldes da CPMF é considerado natimorto. O DEM, partido dos presidentes do Congresso, liderou a derrubada da contribuição no passado. Assumir sua volta seria uma derrota política, na avaliação de integrantes da sigla.

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