Sem Sérgio Guerra, bastidor do PSDB pega fogo

O ninho tucano em Pernambuco vive um de seus piores momentos desde a fundação da legenda no Estado. Além da perda do seu maior líder – o deputado Sérgio Guerra, falecido na última quinta-feira (6) -, os filiados ao PSDB estão lidando com um intenso clima de acirramento que é alimentado pela interrogação sobre como será rumo da legenda em solo pernambucano. Uma reunião da executiva estadual teria sido marcada para esta segunda-feira (10) na sede da legenda, entretanto, a suposta movimentação do deputado federal Bruno Araújo, que na condição de vice regional assume a presidência neste momento, teria desagradado, e muito, os seus correligionários. O encontro foi cancelado.
Vários tucanos ouvidos afirmam, em reserva, que o parlamentar discutiu, ainda no dia em que o corpo de Guerra foi velado e cremado, com o governador Eduardo Campos (PSB) a manutenção do PSDB na base de apoio do socialista, bem como a permanência de representantes do partido na administração estadual. O que foi interpretada como uma tentativa de tomar o controle da legenda sem uma discussão prévias com os principais nomes em Pernambuco.
Esse grupo atesta que Bruno Araújo não teria condições de discutir com o governador Eduardo Campos no mesmo nível que o antecessor Sérgio Guerra. “Ninguém vai rever posição de apoio, mas não se pode haver discussão dessa forma, sem a participação de todos. Afinal, Bruno não tem estatura política para assegurar, por exemplo, que Eduardo respeite as posições de Daniel Coelho, Terezinha Nunes e Betinho Gomes, que preferem seguir independentes”, destacou uma das fontes.
Um outro tucano revelou que o grupo resistente ao nome de Bruno conversou com o parlamentar e o assegurou que, havendo uma reunião da executiva do PSDB, o nome dele seria derrotado pela maioria. A ala do partido iniciou a defesa pela indicação de Helena Brennand Guerra, filha de Sérgio Guerra, para o comando do partido no Estado.
“Helena entende que não teria condições de tocar uma campanha agora. Falta pouco tempo para estruturar, e ela prefere iniciar a vida partidária tocando o partido”, indicou um dos insatisfeitos com a possibilidade de Bruno assumir o PSDB.