O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seu filho Carlos Bolsonaro, vereador pelo PSC do Rio de Janeiro, citaram o senador pernambucano Humberto Costa (PT) no Twitter nesta terça-feira (5), ligando-o à Operação Lava Jato.
A publicação foi feita um dia após o líder do PT no Senado e correligionários dele protocolarem uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra os Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro.
“Agora entram na Justiça pelo fato de eu, como morador, ter acessado a secretária eletrônica do meu condomínio”, afirmou Bolsonaro na rede social.
A denúncia foi apresentada à Corte após o presidente ter dito que obteve áudios da portaria do seu condomínio, alegando que o objetivo era de que não fossem adulterados.
A declaração foi após vir a público o conteúdo do depoimento de um dos porteiros do condomínio onde os Bolsonaro têm casa no Rio de Janeiro. Era lá onde também vivia, antes de ser preso, Ronnie Lessa, um dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco. Segundo o relato do porteiro, o outro suspeito, Elcio Queiroz, teria tido a entrada no condomínio autorizada por “seu Jair” no dia em que Marielle foi morta. Em 14 de março de 2018, no entanto, o presidente estava na Câmara dos Deputados.
“Trata-se, à toda evidência, de uma clara tentativa de destruição e/ou manipulação de provas, visando afetar e mesmo frustrar a lisura das investigações policiais e ministeriais em curso”, afirmaram os petistas na notícia-crime.
Os parlamentares pedem que seja determinado mandado de busca e apreensão do material e que seja investigado se houve crime de obstrução à investigação.
Assinam o documento, além de Humberto Costa, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR); os líderes na Câmara do PT, Paulo Pimenta (RS); do PDT, André Figueiredo (CE); do PSOL, Ivan Valente (SP); e a líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Também endossam a notícia-crime as deputadas Margarida Salomão (PT-MG) e Rosa Neide (PT-MT) e os deputados Alencar Santana (PT-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Bohn Gass (PT-RS), Henrique Fontana (PT-RS), João Daniel (PT-SE), Nilto Tatto (PT-SP), Padre João (PT-MG), Paulo Teixeira (PT-SP), Reginaldo Lopes (PT-MG), Rui Falcão (PT-SP) e Zeca Dirceu (PT-PR).
Cassação
Durante o fim de semana, ao apoiar outro filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Marco Feliciano (Podemos-SP) defendeu a cassação de Humberto Costa. Eduardo é alvo de representação no Conselho de Ética da Câmara por ter falado em um “novo AI-5″, ato considerado a medida que recrudesceu a ditadura militar.
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