Itamaraty, que mais cedo rejeitou a tese de golpe, congratulou a senadora por "assumir constitucionalmente" o posto como presidente interina.
Jeanine Áñez Foto: Twitter/Reprodução
Por Redação da Veja
O Brasil reconheceu oficialmente, na madrugada desta quarta-feira 13, a senadora Jeanine Áñez como presidente interina da Bolívia. Em nota no Twitter, o Itamaraty congratulou Áñez por “assumir constitucionalmente a Presidência” e saudou “sua determinação de trabalhar pela pacificação do país e pela pronta realização de eleições gerais”.
Opositora de Evo Morales, que renunciou no último domingo e denunciou um golpe de Estado no país, Áñez se declarou presidente interina do país nesta terça, indicando que convocará eleições para janeiro. Ela tomou posse apesar de não haver quórum no parlamento boliviano durante sessão extraordinária.
Mais cedo, o chanceler Ernesto Araújo já havia antecipado o posicionamento do Itamaraty, com o entendimento de que sua posse está de acordo com a Constituição daquele país.
“Interinamente, claro, acho que é importante o compromisso de convocar eleições. Então nossa primeira percepção é que está sendo cumprido o rito constitucional boliviano, e queremos que isso contribua para a pacificação e a normalização do país”, disse Ernesto Araújo em um jantar com membros de delegações estrangeiras prévio à cúpula dos Brics em Brasília, segundo os jornais O Globo e Folha de S. Paulo.
Mais cedo, o Itamaraty havia avaliado que a permanência de Evo Morales no poder teria ameaçado a “ordem democrática” na Bolívia, depois que a OEA constatou que ele se “beneficiou” de uma fraude nas eleições de 20 de outubro.
“A renúncia de Evo Morales abriu caminho para a preservação da ordem democrática, a qual se veria ameaçada pela permanência no poder de um presidente beneficiado por fraude eleitoral”.
Áñez se proclamou nesta terça-feira presidente interina da Bolívia em uma sessão legislativa que não contou com o quórum em nenhuma das Câmaras.
Segunda vice-presidente do Senado, Áñez havia se autoproclamado momentos antes presidente da Câmara Alta, por conta da ausência da titular da instituição e do primeiro vice-presidente, supostamente exilados na embaixada de México na Bolívia.
Horas depois, o Tribunal Constitucional (TC) deu seu aval à proclamação de Áñez, 52 anos como presidente interina.
Morales, asilado no México depois de sua tentativa frustrada de se manter na presidência por mais de 13 anos por meio de eleições consideradas irregulares, reagiu denunciando “à comunidade internacional este ato de autoproclamação de uma senadora como presidenta que viola a CPE (Constituição) da Bolívia e as normas internas da Assembleia Legislativa”.
(Com AFP)
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