Se já era ruim, com a escolha de um general da reserva, Walter Braga, para conduzir as negociações com o Congresso, a articulação política do Governo Bolsonaro tende a piorar. Ministro fardado pode até entender de gestão, mas passa longe do seu domínio a arte da política, especialmente a de engolir sapos.
Onyx Lorenzoni, agora ex-ministro da Casa Civil e responsável pela pasta de Cidades no futuro, num remanejamento que expurgou Osmar Terra, não era uma Brastemp no jogo político com o Congresso. Eram corriqueiras as reclamações do seu mau humor, da sua apatia e até indisposição para azeitar a relação do Executivo com o Legislativo.
Chegava a tratar aliados como se fossem adversários. É remanescente de uma safra de políticos que não têm pavio, ou seja, pior do que aqueles que têm o pavio curto. Por isso mesmo, chegou a ser odiado por deputados do baixo clero, que saiam do seu gabinete sem um mínimo de encaminhamento atendido plenamente ou até mesmo parcialmente.
Com saudade da caserna, ambiente que faz a sua felicidade, Bolsonaro deletou todos os ministros civis dos gabinetes com assento no Palácio do Planalto. Deve ter conquistado a felicidade ao olhar ao seu redor, a partir de agora, em momentos difíceis para decidir, e só encontrar auxiliares exibindo farda.
Como o jogo para ser vencido no Governo frente ao Congresso é político, Bolsonaro tende a ter, na prática, um ministro informal da articulação política andando entre o Salão Verde da Câmara e o Azul do Senado, o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB), já consagrado líder do Governo no Senado.
Ninguém entende mais do que FBC desse xadrez maquiavélico da política e do poder e é a ele que o presidente tenderá a recorrer muito mais, a partir de agora, para destravar os penduricalhos do seu Governo em tramitação no Congresso, para não continuar refém dos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.
Blog do Magno
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