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Todo primeiro domingo do mês Fernando Henrique Cardoso leva um artigo às páginas de vários jornais do país. Dá preferência a temas que tangenciam a pauta nacional. Só de raro em raro aborda a conjuntura interna.
No texto deste domingo (1º), o ex-presidente tucano fugiu à praxe. Dedicou-se exclusivamente ao Brasil. Endereçou a Lula ataques inclementes. As mais duras críticas desde que passara a faixa presidencial ao sucessor, em 2003.
FHC abre o artigo com uma pergunta: “Para onde vamos?” Nos sete parágrafos que se seguem ele responde: o país caminha para o autoritarismo. O antecessor de Lula enxerga “por trás do que podem parecer gestos isolados e nem tão graves assim, o DNA do autoritarismo popular”.
Um autoritarismo que “vai minando o espírito da democracia constitucional”, que “supõe regras, informação, participação, representação e deliberação consciente”. “Na contramão disso tudo”, FHC escreveu, “vamos regressando a formas políticas do tempo do autoritarismo militar”.
Uma época em que “os projetos de impacto (alguns dos quais viraram esqueletos, quer dizer obras que deixaram penduradas no Tesouro dívidas impagáveis). Animavam as empreiteiras e inflavam os corações dos ilusos: ‘Brasil, ame-o ou deixe-o’”.
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