Por Noelia Brito
Tem sido comum assistirmos a cenas em
que os pré-candidatos à presidência, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos
(PSB), trocam afagos e elogios numa quase aliança para que, minando a
candidatura à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, um dos dois vá ao
segundo turno.
Mas eis que o problema está justamente
aí. Apenas há vaga para que um dos dois, Aécio ou Eduardo, vá disputar
com Dilma num eventual segundo turno porque é pouco crível que estando
os dois no mesmo campo e defendendo as mesmas ideias, consigam eliminar
Dilma da disputa já no primeiro turma, aliás, mesmo na pesquisa do
instituto Sensus, cujos métodos foram questionados por todos os
analistas políticos, ainda ali, Dilma aparece com leve margem de vitória
no primeiro turno.
A pesquisa do Instituto Sensus, em
parceria com a Revista IstoÉ, lançou um alerta para Eduardo Campos, pois
ainda que se considere que houve manipulação em benefício do candidato
Aécio, de modo a inflar sua candidatura na preferência do eleitorado, é
exatamente essa manipulação que deve preocupar Eduardo, porque ficou
claro que não foi ele o escolhido, apesar de todos os seus esforços nos
ataques massivos contra a presidenta Dilma, para enfrentá-la num
eventual segundo turno.
E por que Eduardo não foi o escolhido? A
partir do discurso que o candidato Eduardo tem propagado, é possível
perceber o quanto sua candidatura é frágil. Já apontamos algumas dessas
fragilidades aqui e a própria imprensa do Sudeste não tem poupado
Eduardo, quando resolve confrontar seu discurso com suas práticas como
gestor e principalmente como político.
Depois de algum tempo, observado as
contradições entre o discurso e a prática de Eduardo, que apesar de ser
conhecido em Pernambuco até “ditador”, em alcunha que lhe foi
carinhosamente conferida pelos jovens, vítimas da repressão policial
durante seu governo, passou a se autoproclamar como o porta-voz da “Nova
Política”, que contraditoriamente, defende a política feita de forma
horizontal, sem personalismo e onde o clientelismo e as velhas raposas
da política não são bem vindas, impossível não identificar Eduardo, como
mais um político fanfarrão, uma caricatura dessas que o marketing
político tradicional cria, ao pior estilo da mais ultrapassada das
raposas que ele tanto afirma rejeitar.
Eduardo demonstra um desrespeito à
inteligência e ao bom senso do eleitorado, que chega a assustar. Em
tempos de internet, onde a tecnologia 2G alcança todos os municípios
brasileiros e é acessada através de 159,7 milhões de celulares e onde a
tecnologia 3G chega a 3.473 municípios, onde vive 90% da população
nacional e já é acessada através de 94,8 milhões de celulares, um
político que tenha pretensões presidenciais não pode fazer política como
se estivesse falando para postes e autômatos, que não têm como checar
se o candidato está ou não falando a verdade ou debochando da cara do
eleitor.
Nem bem Eduardo afirmou em entrevista ao
programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, que em Pernambuco não
existiam pacientes nos corredores dos hospitais, as redes sociais
ficaram superlotadas de imagens reproduzindo o relatório feito no final
do ano passado, como resultado de uma fiscalização do CREMEPE e do
SIMEPE em vários hospitais do Estado, onde foram constatadas as
condições degradantes em que não só os paciente, muitos alojados, sim,
em corredores, mas os próprios profissionais de saúdes são tratados pelo
governo de Pernambuco. O relatório na íntegra está nesse link:
http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/28499402.
A imagem divulgada, ontem, do candidato
Paulo Câmara, do PSB, escolhido por Eduardo Campos para sucedê-lo no
governo de Pernambuco, comemorando a adesão de Mendonça Filho, Roberto
Magalhães e Augusto Coutinho à sua campanha, não causa surpresa, mas não
é condizente com o discurso de Eduardo de rechaço às velhas raposas da
política, da mesma forma que Bornhausen e Heráclito Fortes também não
podem ser considerados como raposinhas neófitas na vida política
brasileira.
Não se sabe se todos esses equívocos são
fruto de um péssimo assessoramento, de uma quase sabotagem daqueles que
Eduardo escolheu para comandar seu marketing presidencial, ou se é
fruto da própria falta de visão do personalista Eduardo por acreditar
que poderia repetir numa campanha presidencial as mesmas artimanhas já
utilizadas e, portanto, manjadas, que utilizou em suas campanhas
paroquiais.
Noelia Brito é advogada e procuradora do Município do Recife
Eduardo Campos, e seu discurso, frágil, pífio e "socialista, não convence ninguém....Ele é só um cara bonito e charmoso...agora, para residente necessitamos um homem de "armas tomar", que tire o Brasil dessa corja mal nascida PETRALHA.
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