Ilimar Franco - O Globo
Quando eclodiu a Operação Lava-Jato, no calor do desfecho das eleições presidenciais, os políticos da oposição caíram matando. E ajudaram a difundir a ideia de que as empreiteiras flagradas cometendo crimes destinaram dinheiro mal havido, e fruto de corrupção, para financiar os partidos do governo, o PT e o PMDB. Tomados pela frustração da derrota criminalizaram as doações eleitorais para os partidos governistas.
Teria sido mais prudente se o principal partido de oposição, o PSDB, fizesse discurso diferenciando o que é roubo do que são contribuições eleitorais. Mas não fizeram isso. Preferiram surfar na denúncia. Não ficaram atentos ao fato de que as empresas de construção civil estão entre as principais financiadoras eleitorais. E que as doações são ecumênicas e se destinam a todos os partidos. Afinal, elas executam obras em todos os estados da Federação.
Foi nesse contexto que o proprietário da UTC, Ricardo Pessoa, revelou em depoimento, para a Polícia Federal, que tinha feito doações para as campanhas do PT, da presidente Dilma, e do PSDB, do senador Aécio Neves. Pessoa tratou de doações com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que já está crucificado e criminalizado; e, com Sérgio da Silva Freitas, arrecadador do PSDB, e que tenta ser tratado como inocente alegando que não pegou nenhum dinheiro na própria mão. O réu Fernando Baiano faz negócios escusos desde '2001' e Pedro Barusco desde '1996'.
É presumível que novos fatos, semelhantes, sejam colocados à luz do dia. Mas, se o discurso foi o de que o dinheiro de meu adversário era mal havido, como se pode pretender que a doação para a minha campanha tinha origem honesta? Como se fosse possível com duas cédulas na mão alguém dizer: essa aqui, na minha mão direita, que foi doada para a minha campanha, foi ganha honestamente; agora, essa, na mão esquerda, que foi para a campanha de meu adversário, é fruto de roubo.
Ainda é cedo para saber onde essa investigação vai parar e antecipar qual a disposição do juiz Sérgio Moro. Será que desta vez a Justiça será justa e punirá todos os corruptos? Ou o STF punirá os políticos e os demais tribunais abandonarão seus processos no escaninho do compadrio? O STJ e os tribunais estaduais tratarão esse caso como prioridade, como o STF fez com o mensalão, ou os tratarão comodamente como um caso menor? Está na hora do Poder Judiciário ser cobrado com mais rigor pela impunidade reinante!
O PT merece os ataques que vem recebendo, a exemplo do que ocorreu no mensalão. O berro udenista sempre foi seu instrumento para atacar os adversários. Reclamar, porque? E do que? O PT cresceu dizendo que seus adversários eram todos ladrões, que se serviam do poder ao invés de servir ao povo. Não podem agora achar injusto quando seus adversários fazem o mesmo. Não fazem isso de graça, mas quando pegam petistas pisando na bola.
Mas aqueles que olham tudo isso de fora não devem se impressionar com os fatos. Eles não representam nenhuma novidade nem essa prática foi inaugurada pelos plantonistas no poder. Nem há quem possa se declarar imune. Essa prática é uma chaga nacional. Faz parte dos usos e costumes. Se servir da coisa pública em benefício próprio, e para atrapalhar a vida e a iniciativa alheia, é uma prática ancestral nesse país. E, se alguém tiver alguma dúvida, basta ler o livro 'Mauá - O Empresário do Império', do jornalista Jorge Caldeira, para saber de onde, e desde quando, tudo isso vem.
Teria sido mais prudente se o principal partido de oposição, o PSDB, fizesse discurso diferenciando o que é roubo do que são contribuições eleitorais. Mas não fizeram isso. Preferiram surfar na denúncia. Não ficaram atentos ao fato de que as empresas de construção civil estão entre as principais financiadoras eleitorais. E que as doações são ecumênicas e se destinam a todos os partidos. Afinal, elas executam obras em todos os estados da Federação.
Foi nesse contexto que o proprietário da UTC, Ricardo Pessoa, revelou em depoimento, para a Polícia Federal, que tinha feito doações para as campanhas do PT, da presidente Dilma, e do PSDB, do senador Aécio Neves. Pessoa tratou de doações com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que já está crucificado e criminalizado; e, com Sérgio da Silva Freitas, arrecadador do PSDB, e que tenta ser tratado como inocente alegando que não pegou nenhum dinheiro na própria mão. O réu Fernando Baiano faz negócios escusos desde '2001' e Pedro Barusco desde '1996'.
É presumível que novos fatos, semelhantes, sejam colocados à luz do dia. Mas, se o discurso foi o de que o dinheiro de meu adversário era mal havido, como se pode pretender que a doação para a minha campanha tinha origem honesta? Como se fosse possível com duas cédulas na mão alguém dizer: essa aqui, na minha mão direita, que foi doada para a minha campanha, foi ganha honestamente; agora, essa, na mão esquerda, que foi para a campanha de meu adversário, é fruto de roubo.
Ainda é cedo para saber onde essa investigação vai parar e antecipar qual a disposição do juiz Sérgio Moro. Será que desta vez a Justiça será justa e punirá todos os corruptos? Ou o STF punirá os políticos e os demais tribunais abandonarão seus processos no escaninho do compadrio? O STJ e os tribunais estaduais tratarão esse caso como prioridade, como o STF fez com o mensalão, ou os tratarão comodamente como um caso menor? Está na hora do Poder Judiciário ser cobrado com mais rigor pela impunidade reinante!
O PT merece os ataques que vem recebendo, a exemplo do que ocorreu no mensalão. O berro udenista sempre foi seu instrumento para atacar os adversários. Reclamar, porque? E do que? O PT cresceu dizendo que seus adversários eram todos ladrões, que se serviam do poder ao invés de servir ao povo. Não podem agora achar injusto quando seus adversários fazem o mesmo. Não fazem isso de graça, mas quando pegam petistas pisando na bola.
Mas aqueles que olham tudo isso de fora não devem se impressionar com os fatos. Eles não representam nenhuma novidade nem essa prática foi inaugurada pelos plantonistas no poder. Nem há quem possa se declarar imune. Essa prática é uma chaga nacional. Faz parte dos usos e costumes. Se servir da coisa pública em benefício próprio, e para atrapalhar a vida e a iniciativa alheia, é uma prática ancestral nesse país. E, se alguém tiver alguma dúvida, basta ler o livro 'Mauá - O Empresário do Império', do jornalista Jorge Caldeira, para saber de onde, e desde quando, tudo isso vem.
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