Por Rebeca Silva
O ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto, maior liderança do PTB no Estado, deverá voltar às bases no início do próximo ano para evitar uma debandada no partido. Três petebistas com mandato na Assembleia Legislativa e na Câmara do Recife ameaçam deixar a legenda e outros três já o fizeram. Uma das maiores reclamações é quanto à ausência de Armando, principalmente pelo Interior. Em véspera de ano eleitoral, a cúpula trabalhista corre o risco de perder densidade, caso não afague os ânimos internamente.
Da Casa Joaquim Nabuco, podem sair Romário Dias, que está em dúvida entre o PSDB e PSB e Álvaro Porto, que também pode migrar para a ala socialista, comenta-se nos bastidores, embora ele seja vice-líder da oposição. No legislativo municipal quem está acertando a desfiliação é o vereador e ex-presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, que também deverá aportar no PSB. Carlos Gueiros e Eduardo Marques já comunicaram ao PTB que estão fora. Os vereadores estão entre os mais bem votados das últimas eleições. O deputado federal Adalberto Cavalcanti também oficializou neste ano sua ida para o PMB. Ele negocia a ida do partido da Mulher para a oposição.
Segundo um petebista, a debandada também tem relação com a possibilidade de o PTB ter candidatura própria na capital pernambucana. O nome mais cotado seria o do deputado estadual e líder da oposição, Silvio Costa Filho. “Os três vereadores já tinham um alinhamento com o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), desde o início da gestão. Agora eles estão se estruturando e podem ganhar cargos”, afirmou a fonte. Por causa da ameaça, o PTB irá fazer uma reunião em janeiro de 2016 e traçar estratégias para atrair novos quadros. A meta é lançar cerca de 85 candidaturas e fazer quatro ou cinco vereadores no Recife.
A expectativa é que o troca-troca partidário se oficialize ou aumente a partir de fevereiro, quando o Congresso promulgará a Emenda Constitucional que possibilita a migração em 30 dias antes do fim do prazo de filiação, sem risco de perda de mandato. É a chamada janela da infidelidade, que faz parte da minirreforma eleitoral aprovada neste ano pela presidente Dilma Rousseff (PT). As mudanças também incluem a diminuição de 1 ano para 6 meses no prazo para definição de partido de quem irá disputar o pleito.
Buscando fortalecer a legenda, o presidente estadual do PTB, José Humberto, disse, no entanto, que as desfiliações são normais em período eleitoral. “Ricardo Teobaldo, por exemplo, também saiu do partido e foi para o PTN. Mas isso foi uma estratégia nossa, para aumentar nosso leque de alianças e com isso aumentar o tempo de televisão e de fundo partidário. O mesmo aconteceu com Adalberto. Foi algo conversado conosco”, destacou o petebista.
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