De Marisa Gibson, na sua coluna DIARIO POLÍTICO deste domingo
Candidato à reeleição, Geraldo Julio (PSB), prefeito do Recife, mesmo depois de três anos no batente, continua pisando em ovos quando questionado sobre seus planos políticos. Há um roteiro traçado por ele e pelo partido, que não permite projeções político-eleitorais por um único motivo. Geraldo, por enquanto, voa praticamente sozinho em céu de brigadeiro. Seus eventuais adversários em 2016 ainda não subiram no palanque. E, assim, a ordem é se preservar, até porque o que estará em jogo não é apenas a sua possível reeleição, mas também o futuro do PSB estadual.
Recife é a capital de Pernambuco, berço do PSB, que já andou fazendo pesquisas que mostram que o prefeito ostenta uma boa performance eleitoral, que pode assegurar uma vitória no primeiro turno. Porém há pontos de interrogação, que se manifestam numa rejeição entre a classe média, segmento eleitoral importante. Como todos os prefeitos do país, Geraldo teve a gestão prejudicada pela crise econômica mas, como todo político, também tem suas frases de efeito: "Não gosto de valorizar problemas, prefiro enfrentar as dificuldades."
Para provar sua tese, o prefeito, em entrevista à equipe do Diario, mostrou que em 2015, mesmo com recursos limitados, fez mais de 80 entregas, sendo 40 equipamentos novos. Já em 2016, o tapete mágico será a esperada liberação dos US$ 200 milhões do Banco Mundial, ainda no primeiro semestre, que poderão ser utilizados em quaisquer setores. E, a partir de julho, a campanha estará nas ruas. Bem, em 2012, quando foi eleito no primeiro turno, Geraldo teve a seu favor a força de Eduardo.
Em 2016, ele estará, digamos assim, sozinho. Se for reeleito, crescerá na cena política nacional e será, junto com o governador Paulo Câmara, uma alternativa majoritária para 2018. Se for derrotado, será um trauma para o partido no estado, que tem que se fortalecer para a sucessão de Paulo e para a eleição presidencial.
Primeiro secretário nacional do PSB, Geraldo afasta qualquer possibilidade de disputa dentro do partido. Não quer provocar polêmicas. Aliás, a única questão política a qual o prefeito faz ácidas críticas é ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT): "O PSB é oposição há mais de três anos, votamos contra a reeleição da presidente, discordamos da política econômica e não participamos do governo".
Essa é uma linha que pode balizar o discurso do PSB em 2018. Agora, para 2016, que já está chegando, há uma dúvida: para alguns, o recifense revela um desejo de continuidade; outros asseguram que existe uma vontade de mudança.
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