Blog da Andréia Sadi
Interlocutores de Michel Temer avaliaram reservadamente ao Blog que veem as novas críticas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Planalto com desconfiança, em meio ao processo que vai discutir a segunda denúncia contra o presidente na Câmara dos Deputados.
Nesta quarta-feira, Maia acusou os ministros do governo de quererem enfraquecer o DEM, seu partido. Os alvos de Maia são os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, e o presidente do PMDB, Romero Jucá (PMDB-RR).
No entanto, o discurso no Planalto, agora, é evitar atritos com Maia - que ditará o ritmo da segunda denúncia na Câmara. Temer, antes das críticas, já havia conversado com Maia sobre o ambiente da votação na Câmara.
Nos bastidores, a avaliação do Planalto é de que o presidente quer votar a segunda denúncia rapidamente na Câmara, porque teme que a delação de Geddel Vieira Lima se concretize - e que isso possa contaminar o ambiente entre os deputados.
Temer conta com o presidente da Casa para dar celeridade ao processo.
Além das críticas aos movimentos dos ministros, chamou a atenção de aliados de Temer o fato de que Maia recebeu no Planalto artistas que defendem o "Fora, Temer", enquanto o presidente estava em Nova York. A agenda irritou Temer.
PMDB x DEM
Ontem, o presidente da Câmara alertou Temer sobre o movimento dos ministros em relação ao DEM, que considerou grave.
Ao blog, auxiliares do presidente tentam blindar Temer do novo atrito com Maia, argumentando que ele nada tem a ver com os movimentos do PMDB para convencer políticos do PSB a se filiarem ao partido de Temer. Esses parlamentares estavam em negociação com o DEM.
Um dos casos que mais irritou Maia foi o do senador Fernando Bezerra. O ato de filiação dele contou, inclusive, com as presenças dos ministros Moreira e Padilha.
Apesar do discurso do governo de que Temer está alheio ao processo de cooptação de políticos do PSB para o PMDB, Maia lembra, nos bastidores, de uma operação liderada por Temer em julho. O presidente foi pessoalmente a um café da manhã na casa da líder do PSB, Teresa Cristina, com objetivo de atrair deputados do partido para o PMDB.
O mal-estar gerou uma crise entre Maia e Temer em meio às discussões sobre a primeira denúncia.
Agora, Maia afirma que suas críticas não influenciam o processo da segunda denúncia na Câmara.
Mas a ordem no Planalto é baixar a temperatura.
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