sábado, 17 de março de 2018

Pedir licença de partido é inovação brasileira


João Paulo licenciou-se do PT alegando que precisa de tempo para escrever uma dissertação de mestrado
Inaldo Sampaio – Coluna Fogo Cruzado
O ex-prefeito do Recife, João Paulo, pediu licença (e não desfiliação) do PT alegando que precisa de tempo para escrever uma dissertação de mestrado sobre relações de trabalho. Pedir licença de partido é uma inovação brasileira e por isso cabe a seguinte indagação: o licenciado continua pertencendo ao partido?
No caso do próprio João Paulo, por exemplo, precisará estar filiado a um partido até 7 de abril próximo se quiser concorrer a algum cargo nas próximas eleições. Estando licenciado da legenda, poderá ser candidato? Se puder, significa que pedido de licença não tem consequência prática alguma. Se não puder, a licença equivale à desfiliação.
Seja como for, o pedido de licença foi protocolado na hora em que o PT mais precisa dele, ou para apoiar Marília Arraes – se a decisão partidária for pela candidatura própria ao Governo do Estado – ou para compor a chapa da Frente Popular se conseguir livrar-se da inelegibilidade, consequência da condenação que lhe foi imposta na última terça-feira pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
O que muitos petistas questionam é se dedicação exclusiva para escrever uma dissertação de mestrado exige do mestrando que não esteja filiado a partido político.

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