sábado, 28 de junho de 2014

Aécio cumpre o ritual nordestino-gastronômico

 
Josias de Souza 
Uma das graças das campanhas eleitorais é acompanhar as aventuras gastronômicas e as adaptações no figurino dos candidatos. As melhores cenas virão depois da Copa. Mas Aécio Neves ofereceu na noite de sexta-feira uma ideia do que está por vir. Ele foi a duas das mais tradicionais festas de São João do Nordeste, nas cidades de Campina Grande, na Paraíba, e Caruaru, em Pernambuco.
Ciceroneado por correligionários locais, o presidenciável tucano entregou-se a um ritual que já se tornou clássico. Mantendo a tradição inaugurada no PSDB por Fernando Henrique Cardoso, Aécio enfiou no cocuruto um chapéu de couro típico dos vaqueiros sertanejos. E, ao lado do senador Cássio Cunha Lima, seu candidato ao governo da Paraíba, deglutiu briosamente uma especialidade da culinária nordestina: a carne de sol.
Aécio não chegou a igualar FHC. Mas, até outubro, terá quatro meses para continuar tentando. Na sua primeira cruzada presidencial, no ano de 1994, sob patrulhamento dos aliados do pefelê (atual DEM), FHC protagonizou o célebre episódio da buchada de bode. Foi submetido à iguaria no distrito de Pau Ferro, município pernambucano de Petrolina. Digeriu-a com destemor.
Depois, questionado por repórteres sobre os novos hábitos, FHC reagiu como se as tripas de bode o acompanhassem desde a mamadeira: “Eu gosto muito de buchada. É uma delícia.” Tentou construir um elo entre o mundo do PFL e o seu. Disse que, em Paris, a buchada é um prato chique. Referia-se, conforme esclareceria mais tarde, a uma receita chamada ‘tripe à la mode de Caen’, igualmente feita à base de tripas.

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