Da Folha de S.Paulo – Marco Antônio Martins
O Clube Militar lançou, na tarde desta quinta (19), uma campanha pela "moralidade nacional". De acordo com os militares que dirigem a instituição, o movimento debaterá a situação política por que passa hoje o país. Para o presidente do clube, o general Gilberto Pimentel, a ação defende valores mas é contra qualquer intervenção militar.
"O clube é absolutamente contra a intervenção militar. A Constituição não prega isso. O momento é diferente do que era em 1964. Naquele momento, a sociedade e a imprensa pediram a participação dos militares. Somos contra qualquer solução que fuja da Constituição. Agora, os políticos precisam ter juízo. Aquela cena de discussão entre os deputados no Congresso é uma total usurpação de valores", disse o general Pimentel ao lembrar da discussão entre os deputados federais, na tarde de quarta (18).
Na ocasião, o então ministro da Educação, Cid Gomes foi à Câmara dos Deputados e voltou a atacar parlamentares da Casa, entre eles, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os parlamentares foram chamados de "achacadores" por Gomes.
A campanha do militar foi aberta com uma palestra do empresário James Akel. Por pouco mais de uma hora ele criticou o governo e chamou a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Defesa, Jaques Wagner, de "guerrilheiros".
"O que a gente tiver que fazer pelo caminho da moralidade deve ser feito. Impeachment não é golpismo", disse. Neste momento, a plateia com cerca de 60 pessoas, entre militares da reserva e parentes de militares, aplaudiu o palestrante.
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