Brasília – Mais uma caixa-preta será aberta. O governo tentou, mas a oposição finalmente conseguiu criar no Senado, nesta quarta-feira (06), a chamada CPI dos Fundos de Pensão. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que só conseguiu descansar após meia-noite, quando sua assessoria garantiu que nenhuma das 27 assinaturas do requerimento de convocação foi retirada.
“Ficamos de plantão até a meia-noite, para não deixar que eventuais retiradas de assinaturas impedissem a criação dessa CPI. Os abusos que foram praticados nos fundos de pensão são extremamente graves. Essa investigação trará mais revolta e indignação às pessoas”, afirmou Cássio.
De acordo com o líder, somente o Postalis, o fundo dos Correios, apresenta rombo de R$ 5,7 bilhões. “Para tampar este rombo, sua diretoria pretende recorrer ao artifício mais torpe e injusto: obrigar que os pobres funcionários arquem com o fruto do malfeito e paguem a conta. Para isso, eles terão descontos mensais de até 26% nos salários, e por longuíssimos 15 anos”, lamentou Cássio.
Objeto de investigação
A comissão parlamentar de inquérito irá investigar irregularidades e prejuízos na administração de recursos financeiros em entidades fechadas de previdência complementar, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente pela União, ocorridas a partir de 2003.
Entre as entidades cujas contas serão investigadas estão a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil; a Petros, da Petrobras e o Postalis, dos Correios.
O pedido de criação da CPI dos Fundos de Pensão foi protocolado pelos senadores do PSDB, Cássio Cunha Lima, Aloysio Nunes Ferreira (SP) e por Ana Amélia (PP-RS).
Instalação da CPI
Agora, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), irá enviar ofício para as lideranças partidárias pedindo que, em cinco dias úteis, elas indiquem os nomes que integrarão a CPI. A comissão terá 11 integrantes.
Senadores que confirmaram suas assinaturas na CPI dos Fundos de Pensão:
1. Aécio Neves (PSDB-MG)
2. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
3. Alvaro Dias (PSDB-PR)
4. Ana Amélia (PP-RS)
5. Antônio Anastasia (PSDB-MG)
6. Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
7. Cássio Cunha Lima (PSDB/PB)
8. Cristovam Buarque (PDT-DF)
9. Davi Alcolumbre (DEM/AP)
10. Eduardo Amorim (PSC-SE)
11. Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
12. José Agripino (DEM-RN)
13. José Medeiros (PPS-MT)
14. José Serra (PSDB-SP)
15. Lasier Martins (PDT-RS)
16. Luiz Henrique (PMDB-SC)
17. Magno Malta (PR-ES)
18. Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
19. Paulo Bauer (PSDB-SC)
20. Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)
21. Reguffe (PDT-DF)
22. Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
23. Roberto Requião (PMDB-PR)
24. Romário (PSB-RJ)
25. Ronaldo Caiado (DEM-GO)
26. Rose de Freitas (PMDB-ES)
27. Tasso Jereissati (PSDB-CE)
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