Josias de Souza
O PSDB frequenta os holofotes há 72 horas pintado para a guerra. Tucanos da mais alta plumagem criticam o paradoxo fiscal do governo, que pede a aprovação de uma emenda que rebaixa o teto dos gastos públicos e, simultaneamente, eleva o pé-direito dos contracheques de quase duas dezenas de corporações de servidores.
O tucanato chegou mesmo a insinuar que poderia romper com o Planalto se Michel Temer não obrigasse o PMDB do Senado a rever o apoio ao projeto que sobe os vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal para R$ 39,2 mil.
Pois bem. Na noite de quarta-feira, participaram de um jantar estrelado por Temer três tucanos de mostruário: Aécio Neves, presidente do PSDB; Aloysio Nunes, líder do governo no Senado; e Antonio Imbassahy, líder do partido na Câmara. Estavam também à mesa os três ministros mais fortes da Esplanada. Entre eles Henrique Meirelles, o xerife do cofre. E não se ouviu nas quase três horas de conversa um mísero pio sobre a flacidez da austeridade governamental.
Quer dizer: a valentia do ninho é uma estranha qualidade que desaparece sempre que as luzes se apagam.
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