Leandro Mazzini - Coluna Esplanada
São previsíveis momentos de constrangimento extremo durante o depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff no plenário do Senado, na segunda-feira, cujo processo se iniciou ontem.
Um deles será durante as perguntas de ex-ministros dos governos do PT, hoje no front de Michel Temer, chamado de golpista. Em resposta aos ex-aliados, a petista já guarda a expressão 'Me admira você'. Ela vai levar um dossiê, em papel e na memória, contra cada um dos senadores que lhe virou as costas.
O processo já revela no Senado instantes de paixões exacerbadas de quem é pró e contra o impeachment, desejos de vingança e de esperança.
O senador Agripino Maia (DEM-RN) diz que a tese de golpe bradada pela presidente afastada Dilma e aliados caiu por terra. “Só de ela vir fazer a defesa frente ao presidente do STF legitima o processo'', afirma o democrata.
Agripino não esqueceu, e não engoliu até hoje, aquela resposta de Dilma em 2009 no Senado, então candidata ao Planalto, que o deixou mal na fita, quando perguntou por que ela mentiu ao ser torturada na ditadura.
O senador Paulo Paim (PT-RS) aponta que o discurso de Dilma será decisivo para “derrubar o impeachment''. “Grande parte dos senadores que a julgam responde processos e há até três meses estavam dentro do Palácio usufruindo do Governo dela''.
O senador Jorge Viana (PT-AC) recorre à fé ao afirmar que não é “impossível'' conseguir seis votos para derrubar o impeachment no plenário. “Temos que acreditar até o último momento que essa marcha da insensatez possa ser interrompida'', profetiza.
Seis aliados do presidente Michel Temer foram escalados para elevar o tom das perguntas à presidente afastada. Cássio Cunha (PSDB), Agripino Maia (DEM), Aloysio Nunes (PSDB), Aécio Neves (PSDB), Simone Tebet (PMDB) e Ana Amélia (PP).
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