O líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), contestou a intenção de o governo de adotar um sistema escalonado para correção da tabela do Imposto de Renda (IR). “É uma afronta sugerir que o porcentual de reajuste diminua na proporção da renda do contribuinte, para equilibrar as contas de um governo que gastou sem controle nos últimos anos”, afirmou o líder.
Para ele, também é desrespeitoso o fato de o governo sugerir o tema às vésperas da sessão do Congresso Nacional que discutirá o veto à proposta que corrigiu o IR em 6,5% a tabela do IR das pessoas físicas. A proposta foi apresentada pelo líder do DEM no final de 2014, mas a presidente Dilma Rousseff vetou a correção e comprometeu-se, na época, a enviar uma nova proposta ao Legislativo com correção de 4,5%. A proposta nunca chegou ao Congresso Nacional.
O líder argumenta, ainda, que a correção de 6,5% é “o mínimo que o governo pode fazer”, tendo em vista a inflação acumulada no período de 12 meses encerrado em fevereiro é de 7,7%. “O governo está faturamento em cima do sacrifício dos brasileiros, especialmente da classe média”, afirmou.
Cálculos do deputado Mendonça Filho mostram que a correção de 6,5% custaria R$ 7 bilhões ao governo. Já a correção de 4,5% custaria R$ 5,5 bilhões. Como o governo não cumpriu sua promessa e não reajustou a tabela sequer em 4,5% - abaixo do índice oficial de inflação – o governo poupou R$ 1,2 bilhão no primeiro bimestre do ano.
“Ou seja, a diferença entre o ideal para a população e a proposta do governo é de R$ 300 milhões, valor equivalente ao que Pedro Barusco afirma ter recebido em propina no esquema do Petrolão”. O ex-gerente de serviços da estatal confessou ter recebido US$ 100 milhões de recursos desviados da Petrobras.
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