sábado, 18 de julho de 2015

Jarbas arrependido do voto em Cunha


Ilimar Franco - O Globo
Obcecado para derrotar o PT na eleição para presidir a Câmara, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi defensor ardoroso do voto em Eduardo Cunha. Faz algum tempo, começou a atacar sua gestão. Critica o ritmo de votações e a falta de debate. Reclama da aprovação da redução da maioridade penal e diz que a reforma política não reformou nada.
Michel Temer reuniu-se anteontem à noite, na Base Aérea, em Brasília, com o presidente da Câmara. Eduardo Cunha estava possesso e antecipou o rompimento com o governo. Temer ponderou que era politicamente ruim e que o PMDB não era só ele. Depois da conversa, presenciada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, Cunha definiu que era uma posição pessoal e que não afetaria tarefas institucionais.
Cunha ia botar fogo no país
Essa conversa na Base Aérea foi tensa. Eduardo Cunha disse que tinha de reagir. Argumentou que tinha virado alvo do PGR, Rodrigo Janot, porque este quer ser reconduzido pela presidente Dilma. Cunha acusou Janot de proteger deputados, senadores e ministros petistas com esse mesmo objetivo. Relatou que seu adversário nas eleições para a presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT), estava anunciando que, na segunda-feira, Janot entraria com ação cautelar pedindo seu afastamento. Temer sugeriu que ele amenizasse o tom. Ele queria que Cunha deixasse claro que era uma posição pessoal. E, que ele fosse firme ao proclamar que respeitaria sua tarefa institucional.
Durante reunião na quarta-feira, no Planalto, o vice Michel Temer avisou à presidente Dilma que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estava disposto a “botar fogo no país” e que poderia romper diante de qualquer ataque.

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