quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Oposição racha após nota pedir renúncia de Cunha


Da Folha de S.Paulo – Daniela Lima e Mariana Haubert
Líderes pró-impeachment afirmam que o gesto acabou 'jogando' presidente da Câmara nos braços do governo
Cúpula do PSDB apoia texto e avalia que acordo entre Cunha e o governo pode ser 'abraço de afogados'
O posicionamento público dos líderes da oposição na Câmara cobrando o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Casa abriu uma crise entre os partidos que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A iniciativa rachou a frente da oposição e se tornou alvo de críticas diversas. O deputado Paulinho da Força, dirigente do Solidariedade, disse aos colegas que a nota jogou "Cunha nos braços do governo". O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ouviu de um colega do PT a mesma provocação.
O pedido de afastamento de Cunha também levantou questionamentos no DEM. "No meu partido também tivemos interpretações divergentes, mas temos que conviver com o debate interno", disse o líder do DEM, Mendonça Filho. Segundo ele, a oposição não pode servir para "blindar Cunha".
No PSDB a divergência sobre o modo como o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), lidou com o episódio se tornou pública. Dizem que ele foi inabilidoso e que acabou por "minar" a confiança que Cunha tinha na oposição. "No PSDB, Carlão é o Cristo", comentou um colega do tucano.
Sampaio defendeu a elaboração da nota em que a oposição pediu que Cunha deixasse o cargo. Agora, está apanhando tanto dos que preferiam que os partidos que trabalham pelo impeachment poupassem o peemedebista,como dos que pediam uma ação mais "incisiva" das oposições em defesa da ética.
Um exemplo do impasse foi a declaração dada pelo líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) nesta quarta (14). Segundo ele, o partido na Câmara "pecou por lentidão" ao, mesmo após divulgar nota pedindo o afastamento do peemedebista, não ter desembarcado definitivamente do núcleo de apoio a ele.
"Era para ter reagido mais rapidamente, mas ainda há tempo", disse o senador tucano. "O PSDB da Câmara está errando", completou. A fala foi uma referência às cobranças de que o PSDB defenda formalmente a abertura de um processo por quebra de decoro contra Cunha.

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