Com a revelação de documentos que associam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a contas secretas no exterior, integrantes do Conselho de Ética da Casa avaliam que a situação do peemedebista se tornou "complicadíssima".
O colegiado deve começar a julgar na próxima semana o processo de cassação do deputado.
Reservadamente, membros da comissão disseram que as notícias recentes são "gravíssimas". Nesta segunda (19), Cunha se recusou, mais uma vez, a comentar o caso.
Há assinaturas e cópias do passaporte diplomático dele na papelada da abertura de contas na Suíça –abastecidas, suspeita-se, por recursos desviados da Petrobras, segundo o Ministério Público.
Para adversários de Cunha, ele mentiu sobre as contas no exterior e isso já basta para cassá-lo por quebra de decoro.
Apesar de enfraquecido, o peemedebista ainda tem alguns aliados que podem, segundo membros do Conselho, protelar o processo de cassação –principalmente se um deles for escolhido relator do caso.
A primeira tarefa do relator é decidir se o processo deve prosseguir –não há prazo para isso. Embora seus aliados possam atrasar ao máximo o caso, nenhum dos deputados ouvidos aposta na absolvição.
Assim como no plenário, a votação no conselho é aberta. Um eventual parecer pró-cassação precisará ser apoiado por 257 deputados. (Da Folha de S.Paulo - Débora Álvares)
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