Por Cláudio Soares
Com uma rejeição na estratosfera e uma administração pífia, corre-se a notícia nos bastidores da política em São José do Egito, Sertão do Pajeú, dando conta que o prefeito Romério Guimarães (PT) desistiu da reeleição, vai correr com a cela, ou seja, não vai disputar em 2016 para manter-se à frente da Prefeitura.
O prefeito Romério está desgastado desde o início de seu Governo porque escolheu mal a sua equipe de governo, não cuidou do planejamento das receitas e despesas, e, como consequência, para agravar a situação, teve que demitir, recentemente, mais de 250 trabalhadores.
A Prefeitura não paga os fornecedores em dia, motoristas do transporte escolar estão sem receber há meses, e, para piorar ainda mais, não existe uma obra sequer que ele tenha começado e terminado no município. Todas que inaugurou até agora, foram obras quase concluídas e com dinheiro em caixa deixadas pelo ex-prefeito Evandro Valadares (PSB).
Aliás, Evandro, no último sábado, numa rádio local, desafiou Guimarães (PT) a enfrentá-lo na eleição do ano que vem: "Estou pronto para enfrentá-lo e lhe impor uma grande derrota nas urnas", disse. Valadares conta com o apoio do governador Paulo Câmara (PSB), cinco vereadores, e ainda soma com o reforço de Gilberto Rodrigues, ex-presidente da Emater, apesar deste ser um socialista histórico e por divergências local ter aberto uma cratera na frente popular do município apoiando Romério em 2012.
Segundo membros do PSB local, o partido dispõe de uma pesquisa para controle interno que mostra Evandro na frente, onde bateria qualquer adversário se a eleição fosse hoje. Com a saída de Romério, se consumado, quem anda fazendo campanha abertamente é o ex-deputado Zé Marcos de Lima (PR), já foi derrotado por Evandro em 2004.
Zé Marcos depois de eleger vários prefeitos, inclusive seu filho Marcos César Crispim de Lima, tentou voltar à Prefeitura, mas foi derrotado pelo empresário Evandro Valadares, que se elegeu prefeito por uma coligação de nove partidos, numa das mais aguerridas eleições do Pajeú.
Zé Marcos, apesar de grande estrutura econômica e política, detém hoje indiscutivelmente uma rejeição de lideranças e da juventude do lugar que vai precisar de muito trabalho para reverter essa situação. Zé Marcos de Lima foi prefeito em São José do Egito no ano de 1982 e sua marca foi o sumiço dele durante o tempo que ficou à frente da Prefeitura - ele mora com a família em Campina Grande Paraíba, onde possui um hospital, e, quando venceu a eleição, deu as costas ao povo do lugar tendo recebido o apelido de Zé Fujão.
Assim como o pai, Marcos César Crispim de Lima, quando também prefeito na mesma cidade em 1996 pelo o PFL, tomou Doril e sumiu da cidade. Dizem que assinava os cheques da Prefeitura de São José para efetuar pagamentos lá mesmo, de Campina Grande. Marquinho, também deixou uma marca no final do seu governo, que até hoje o povo do lugar não esquece: a cidade ficou tomada pelo lixo e ele ainda imprimiu calote nos salários do funcionalismo em geral.
A disputa para prefeito na terra da poesia promete caminhar para uma revanche entre dois ex-prefeitos - cada um com sua marca - e o povo já está no clima de campanha e aguarda ansioso para mais uma sucessão.
Jornalista e bacharel em Direito
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