Josias de Souza
O assédio de Michel Temer para que o PSDB participe de um eventual governo presidido por ele rachou o PSDB. José Serra e Aloysio Nunes Ferreira defenderam abertamente o ingresso do tucanato na ainda hipotética administração do PMDB. Com isso, alçaram voo em direção oposta à do presidente do partido, Aécio Neves, e do governador paulista Gerado Alckmin, que defendem que o PSDB dê apenas apoio congressual a Temer, sem indicar ninguém para o ministério.
Em vídeo veiculado no Facebook neste sábado (assista no rodapé), Aloysio Nunes declarou que o PSDB “não vai faltar com a sua responsabilidade”. Depois de contribuir para a aprovação do impeachment, disse o senador, “cabe a nós ajudarmos o novo governo com todas as forças.” Serra ecoou seu amigo Aloysio também no Facebook:
“Eu concordo com o senador Aloysio Nunes Ferreira: se o futuro presidente Michel Temer aceitar os pontos programáticos do PSDB, o partido deve apoiar o governo. E se apoiar o governo e for convidado, deve participar do governo. Seria bizarro o PSDB ajudar a fazer o impeachment de Dilma e depois, por questiúnculas e cálculos mesquinhos, lavar as mãos e fugir a suas responsabilidades com o país.”
As “questiúnculas” e os “cálculos mesquinhos” mencionados por Serra referem-se à disputa presidencial de 2018. Hoje, Aécio e Alckmin disputam internamente a vaga de candidato do PSDB à Presidência. Excluído, Serra enxerga no governo Temer a possibilidade de ocupar um ministério que lhe sirva de vitrine e o recoloque no páreo.
Assediado por Temer e por integrantes do seu grupo, o PSDB decidiu submeter o tema à sua Executiva Naicional. O encontro deve ocorrer em 3 de maio. Por ora, a posição de Aécio e Alckmin é majoritária.
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