A surpresa dos números no Recife do primeiro levantamento do Ibope para a TV-Globo, divulgado ontem, não foi o empate técnico entre João Paulo (PT) e Geraldo Júlio (PSB), o primeiro com 27% e o segundo com 26%, mas os 8% da candidata do DEM, Priscila Krause, já empatada, tecnicamente, com o tucano Daniel Coelho, que aparece com 11%. É a primeira vez que Priscila entra numa disputa majoritária, diferente de Daniel, candidato pela terceira vez e, portanto, com maior recall.
Como só temos uma semana de campanha, as chances de Priscila deixar Daniel para trás são enormes, até porque, diferente dela, o tucano não é mais novidade, não tem discurso e fez um arranjadinho com o empresário Sérgio Bivar na composição da sua chapa. Presidente nacional do PSL, Bivar indicou o filho Sérgio para vice do candidato do PSDB num acordo que parece cifrado. Na primeira prestação de contas, Daniel declarou R$ 1 milhão de doação do PSL, através do Fundo Partidário.
Os 8% de Priscila devem ter assustado muita gente, porque as pesquisas preliminares de outros institutos a apontavam com apenas 3%, dentro da margem de erro. O Ibope identificou, no entanto, uma tendência de polarização entre Geraldo e João, conforme comentei, ontem, neste espaço. Se a candidata do DEM continuar crescendo pode se configurar como o fato novo da eleição.
O problema é que Priscila não tem tempo de televisão, não conseguiu sequer montar uma chapa de vereador competitiva e teve que arranjar um candidato a vice-prefeito improvisado, de última hora, sem tradição política e sem envolvimento com a cidade. Quanto ao prefeito Geraldo Júlio, que tem o maior tempo de televisão, só lhe resta convencer Recife e seu grande eleitorado que, como diz, em apenas quatro anos conseguiu fazer muito mais do que o PT de João Paulo em 12 anos.
Geraldo e João têm pela frente, portanto, um duelo que levará à população a se envolver na questão gerencial e administrativa, para ao final decidir quem de fato fez mais pelo Recife. Na televisão e no rádio, dominarão todo o tempo disponível, enquanto Priscila terá 40 segundos, tempo suficiente para dizer “meu nome é Priscila”, reeditando o folclórico Enéas quando disputou, pela primeira vez, a eleição presidencial. Por Magno martins
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