Prefeito romper com o vice é algo extremamente corriqueiro. Vem desde a instalação da República, não vai acabar nunca. Aliás, poucos são os gestores que conseguem uma convivência pacífica ao longo do mandato com o seu eventual substituto. Mas a jogada de tolha de São Lourenço da Mata, concretizada ontem, com apenas 17 dias de Governo do novo prefeito, o trabalhista Bruno Pereira, é fortíssima candidata a entrar para o Guines Book.
Para entender o episódio, entretanto, é muito fácil. A briga é política com ranço de intriga pessoal e interferência indevida de uma mão familiar – a do ex-prefeito Jairo Pereira (PTB), pai do atual prefeito, na foto ao lado. Sem poder concorrer nas eleições passadas por se enquadrar na leia da Ficha Limpa, o cacique dos Pereira lançou o filho e teve um papel fundamental na sua eleição. Por isso mesmo, se acha no direito de montar um governo paralelo.
O mando não é paralelo porque tem o aval do filho, mas já começou provocando uma complicação para quem inicia um Governo objeto de grande expectativa positiva por parte do eleitorado, que optou pela mudança, elegendo um prefeito no campo da oposição. Não se sabe qual o acordo de pai e filho, mas essas interferências acabam dando muito errado.
Médico de carreira, ex-vereador, Gabriel Neto, o vice, estava entusiasmado em tirar do papel as promessas de Bruno na área de saúde. Competente, tinha tudo para dar certo. Tinha, mas o pai do prefeito atrapalhou. Sacou da cintura sua espada de coronel e, na delineação do seu território, mostrou que manda mais do que o filho, obrigando a saída do vice, que tinha uma missão a cumprir como secretário de uma pasta tão importante. Por Magno martins
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