Sexto maior partido da Câmara com 36 deputados em exercício, a bancada do PSB pode voltar ao tamanho que tinha antes das eleições de 2006 caso 14 integrantes se filiem ao DEM e PMDB. Em 2002, foram eleitos 22 deputados pela legenda. A possibilidade de debandada se tomou pública após parte da bancada descumprir decisão da executiva nacional e votar a favor da reforma trabalhista, com anuência da líder, Tereza Cristina (MS). As divergências levaram-na a negociar a mudança de sigla, junto a um grupo de dissidentes, com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Apesar da redução, aliados da direção partidária afinaram discurso e avaliam que a mudança é positiva porque manterá a coesão interna entre os filiados e evitará que o PSB se transforme em um partido sem coerência ideológica. Como exemplo, citam outros dois casos em que houve perdas importantes no PSB por divergências com os dirigentes - as saídas dos grupos capitaneados pelo ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
Com 18 deputados em 1999, o PSB chegou a eleger 36 em 2010 e 34 em 2014, quando também teve uma candidata à Presidência, Marina Silva (hoje na Rede), empatada em primeiro lugar nas pesquisas. Atualmente, uma das maiores pretensões do PSB é governar São Paulo, com o vice-governador Márcio França.
"É preferível ter 10 deputados a menos, mas que não nos façam passar vergonha", diz o ex-deputado Beto Albuquerque (RS), que foi candidato a vice-presidente na chapa de Marina, sobre a debandada. Ele é um dos que defendem que o PSB não pode deixar de ser uma legenda de centro-esquerda para se tornar uma mistura ideológica. "Estar no PSB e flertar com o DEM é uma esquizofrenia." O grupo que apoiava diretamente o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em 2014, segue a mesma linha de pensamento. "Você não pode ter uma líder de partido expressando a posição de uma minoria. Há um sentimento de indignação e vexame ao que houve [na Câmara]", diz o deputado Tadeu Alencar (PE).
O mineiro Júlio Delgado diz que Cristina "conspira contra o partido". "Eu troco a redução necessária do partido, que tem que ser feita agora, pela nitidez nas eleições de 2018". Segundo ele, ter posição ideológica clara atrairá tanto filiados como eleitores. Embora o PSB afirme que não faz parte do governo Temer, o ministro Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia) é da sigla, mas tem cargo pessoal, e não partidário. Tereza Cristina não se manifestou
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