quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A pauleira de Jarbas em FBC


   Por Magno Martins
Da tribuna da Câmara, o deputado Jarbas Vasconcelos fez um grande desabafo, ontem, sobre a intervenção da executiva nacional no diretório estadual. Bateu duro no senador Fernando Bezerra Coelho, a quem o comando nacional quer entregar o partido no Estado. Abaixo assinalei alguns trechos mais contundentes do pronunciamento do paramentar.
“A manobra ardilosa que pretende me atingir está sendo maquinada pelo senador Fernando Bezerra Coelho que diz está seguindo orientação da presidência nacional do PMDB”.
“Fernando Bezerra Coelho tem uma história marcada por adesismos de ocasião. Era do PDS, mas quando viu a possível vitória de Arraes, dele se aproximou. Depois foi para o PMDB com Orestes Quércia e posteriormente passou pelo PPS quando a candidatura de Ciro Gomes se consolidou. Voltou para me apoiar quando venci a disputa pelo governo de Pernambuco. Foi para o PSB com Eduardo Campos e virou ministro de Dilma. Agora, seu filho é ministro de Temer”.
“Lutei contra a ditadura militar em seus tempos mais sombrios. Tenho mais de 50 anos de vida pública, uma vida da qual me orgulho e não tenho absolutamente nada a esconder. Fui deputado estadual, deputado federal, prefeito do Recife duas vezes, governador de Pernambuco duas vezes, senador e mais uma vez deputado federal”.
“Minha história confunde-se com a história do PMDB. Não a história destes que negociam espaços com Fernando Bezerra Coelho. O meu PMDB tem o DNA de homens como Ulysses Guimarães e Pedro Simon”.
“Durante todo o período dos governos do PT, estive na oposição. E a bem da verdade é que a maioria dos que hoje pretendem me expulsar do PMDB apoiou os governos que hoje criticam”.
“Não há improvisação no PMDB de Pernambuco. Há seriedade e transparência. Fui a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e apoiei desde o início o Governo do presidente Michel Temer. Fiz isso sem interesse algum em cargos, emendas do Orçamento ou benesses governamentais. Sou a favor e continuarei sendo das reformas que o País tanto precisa”.
“Em várias situações, exatamente por conta do meu pensamento e da minha coerência, fui atacado dentro do meu próprio. Do partido que ajudei a criar. Mas mesmo diante das divergências nunca houve uma ação voltada para me expulsar ou punir. Sempre houve o respeito às diferenças. Respeito! Condição primária para a convivência em qualquer ambiente e que faltou e está faltando a Fernando Bezerra Coelho”.
“Em poucos dias, porém, percebi que Fernando Bezerra está trabalhando para intervir no PMDB de Pernambuco. Ao meu gesto cordial de elogiar a ele e ao seu filho ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho respondeu com desrespeito e prepotência. O ato dele tem nome: traição”.
“O PMDB de Pernambuco foi uma trincheira de resistência democrática ao regime ditatorial. Vamos resistir e vamos recorrer a todas as instâncias políticas e legais para impedir que o partido se transforme numa extensão familiar dos interesses de Fernando Bezerra Coelho e companhia”.  

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