Estadão Conteúdo – Senadores de oposição defendem manutenção da prisão de Delcídio Amaral (PT-MS) e querem que a votação no Senado seja aberta. Após determinação de prisão pelo Superior Tribunal Federal (STF), cabe ao Senado decidir sobre a manutenção ou revogação da prisão de Delcídio.
“Posso antecipar que, para nós do PSDB, o caminho natural é obviamente acompanhar a decisão do STF, que já teve a oportunidade de analisar a matéria”, afirmou o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG). Ele também defendeu que a decisão sobre a prisão seja tomada ainda nesta quarta-feira, 25, em razão das “graves acusações”. Para Aécio, postergar a votação sobre a prisão “transfere uma questão extremamente grave, que circunda um senador da República, para todo o Senado Federal”.
A Constituição Federal determina que o Supremo Tribunal Federal (STF) comunique o Senado em 24 horas em caso de prisão de um senador, mas não dá um prazo para que o Senado avalie a decisão. Mais cedo, Renan Calheiros afirmou que os senadores vão se reunir em um prazo “razoável”, mas não determinou qual seria.
O líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), também defende que o Senado mantenha a prisão determinada pelo STF. “A posição do Democratas será de votar favoravelmente a decisão do ministro Teori, ou seja, da manutenção da prisão”, afirmou. O senador argumenta que o Senado não pode desautorizar a Procuradoria-Geral da República, a Polícia Federal e o STF. “Todos eles foram unânimes em autorizar (a prisão). É sinal de que existem provas contundentes e graves que não permitem que o Senado Federal desautorize todas essas instituições que têm como obrigação levantar os dados e denúncias existentes.”
O senador também pede que a votação aconteça no plenário do Senado e seja aberta. “No momento em que o processo chegar aqui, caberá ao plenário do Senado, numa votação nominal aberta, se pronunciar sobre a decisão do STF.”
Caiado também cobrou que a presidente Dilma se pronuncie e dê explicações sobre a prisão de Delcídio, o primeiro senador a ser preso durante o mandato. “Ele não é apenas um senador, ele é líder do governo, é do PT. É uma matéria que a presidente da República deveria se pronunciar. Não é uma gripe que tiraria a presidente de um momento tão grave”, afirmou.
Para Aécio, tudo relacionado a Lava Jato está “umbilicalmente ligado ao Planalto”. “Não se montaria um esquema desse vigor se não houvesse beneplácito do governo, porque ele foi, em última instância, o grande beneficiário desse esquema”, afirmou.
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