Em entrevista aos repórteres Catia Seabra e Gustavo Uribe, da Folha de S.Paulo, o minstro da Justiça, José Eduardo Cardozo abordou os rumores de que seria um desafeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Há má compreensão do que seja o estado de direito e do papel do agente público no cumprimento da lei. Não esperem jamais que eu peça uma perseguição a um adversário ou um aliviar a um aliado", disse ele. No entanto, ele reconhece que fez inimigos no PT e também fora do partido.
"Se você não quer ter inimigos, não seja ministro da Justiça. E se você quer, na vida política, se comportar dentro dos princípios do estado de direito, se prepare para ter inimigos e perder amigos. É impossível que se cumpra no Brasil a lei e aja de acordo com a sua consciência sem perder amigos e fazer inimigos", afirmou.
Em relação à investigação sobre Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, Cardozo afirma que a Polícia Federal investigará se houve abusos. "Assim que soube de uma diligência feita às 23h, pedi esclarecimentos. A PF está ouvindo as chefias e o agente policial para que esclareçam por que foi feito nesse horário e qual é a regra aplicada para que se possa avaliar se houve algum desmando. Isso será submetido a mim através de um informação oficial. E isso não será feito porque é o filho do [ex] presidente. Tenho feito isso em qualquer caso que em tese poderia ser irregular."
Por fim, ele afirmou que admira o ex-presidente Lula, mas não exigiu reciprocidade. "Tenho profunda admiração pelo [ex] presidente Lula. Desconheço que ele não goste de mim. Se não gosta, deve ter suas razões e a pergunta deve ser dirigida a ele."
Fadiga de material
Cardozo reconheceu que está há muitos anos no cargo, com certa fadiga de material, mas negou a intenção de sair. "Sempre tenho afirmado que o cargo de ministro da Justiça tem uma fadiga de material. Sou o ministro que está há mais tempo no cargo em período democrático. Estou há bastante tempo em um cargo que gera inevitável e inexorável fadiga. Mas aqui permaneço enquanto a presidente quiser e enquanto eu achar que posso contribuir com o projeto." (Do portal BR 247)
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