Renan Calheiros, Gim Argello e Romero Jucá teriam cobrado R$ 45 milhões.
Renan nega conhecer depoente; G1 não obteve contato com Gim e Jucá.
Renan nega conhecer depoente; G1 não obteve contato com Gim e Jucá.
O consultor João Batista Gruginski, investigado na Operação Zelotes, disse em depoimento à Polícia Federal ter ouvido do lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como APS, relato de uma suposta negociação de propina com os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e o então senador Gim Argello (PTB-DF) para que uma emenda a medida provisória fosse aprovada. O suposto suborno, conforme citado por Grugunski, seria de R$ 45 milhões – R$ 15 milhões para cada um dos políticos.
Gruginski anotou em um "diário" detalhes de uma reunião que teve com dois parceiros de negócios, APS e José Ricardo Silva, que também é investigado na Zelotes. De acordo com as investigações, os três trabalhariam para aprovar assuntos de interesse da MMC Automotores, que fabrica veículos Mitsubishi no Brasil, e a Caoa, que monta modelos Hyundai.
A emenda, segundo Gruginski, foi redigida por ele e apresentada para atender a interesses das duas empresas automotivas, que buscavam a aprovação, por medidas provisórias, de normas que lhes assegurassem benefícios fiscais.
"Certa feita, em uma reunião com José Ricardo [Silva] e Eivany [Antonio da Silva], Alexandre Paes dos Santos apareceu e comentou abertamente que os senadores Gim Argello, Renan Calheiros e Romero Jucá teriam solicitado a quantia de R$ 45 milhões, R$ 15 milhões para cada, para viabilizar a emenda que havia sido proposta. No entanto, faz questão de salientar que não sabe se essa informação passada pelo Alexandre é verdadeira", diz trecho do depoimento.
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