Do G-1
Em 2015, houve redução no total de famílias endividadas em 1,3% na comparação com 2014. Apesar da queda, 61,1% das famílias brasileiras, em média, passaram 2015 com o orçamento comprometido, e houve aumento nos indicadores de inadimplência, principalmente no último trimestre do ano. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O número médio de famílias com contas ou dívidas em atraso (inadimplentes) alcançou 20,9% do total (1 em cada 5 famílias) – alta de 8,4% em relação a 2014. Já o total de famílias que relataram não ter perspectiva de pagar suas contas em atraso alcançou 7,7% do total – aumento de 23,2% em comparação com o ano anterior. Ao final de 2015, a taxa chegou a 8,7% das famílias – a maior para um mês de dezembro desde o início da série histórica, em janeiro de 2010.
“Mesmo tendo alcançado o menor patamar da série histórica em fevereiro de 2015, o número de famílias com contas em atraso aumentou ao longo do ano, acompanhando a piora nos indicadores de emprego e renda, assim como o aumento da inflação e o encarecimento do crédito”, comenta a economista da CNC Marianne Hanson.
Tipos de dívidas
Como nos anos anteriores, o cartão de crédito foi o principal responsável pelo endividamento. Em 2015, a modalidade de pagamento foi a responsável pela maior parte da dívida para 76,1% das famílias. Em segundo lugar ficou o carnê, apontado por 16,9% dos entrevistados.
A maior alteração na composição das dívidas das famílias brasileiras em relação a 2014 foi o crescimento da participação do financiamento de casa entre os tipos de dívidas mais mencionados pelos entrevistados. O item foi citado por 8,3% das famílias, ante 7,8% registrado em 2014.
Segundo a CNC, o financiamento da casa explica, ainda, a alta no tempo médio de pagamento da dívida, que passou de 6,9 meses, em 2014, para 7,1 meses em 2015. Já o financiamento de carro, em terceiro lugar nos tipos de dívidas, foi citado por 13,7% das famílias em 2015, ficando praticamente estável em relação a 2014 (13,8%).
Renda comprometida
A parcela média da renda mensal comprometida com o pagamento de contas aumentou de 30,4% para 30,6%. Houve piora, ainda, na percepção das famílias em relação ao seu nível de endividamento. O índice daquelas que se definiram como muito endividadas aumentou de 11,6%, em 2014, para 12,4%, em 2015.
Faixas de renda
Na faixa de renda até 10 salários mínimos houve aumento de 1,7 ponto percentual no índice de famílias com contas em atraso, alcançando 23,4% delas nesse grupo. Também houve aumento de 1,6 ponto percentual no índice daquelas que disseram não ter condições de pagar suas contas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes na mesma faixa de renda.
Houve aumento também da inadimplência na faixa de renda acima de 10 salários mínimos, embora em menor intensidade. O percentual de famílias com contas em atraso apresentou elevação de 0,4 ponto percentual, atingindo 10,1% do total desse grupo de renda, enquanto o índice de famílias sem condições de pagar contas em atraso apresentou elevação de 0,6 ponto percentual, alcançando 2,8%.
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