sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Risco calculado: Ciro e a “turma da esculhambação”

Principal estrela do PDT atual, Ciro Gomes participará do encontro de hoje do partido como presidenciável oficial da legenda para 2018. Assim como há 10 anos, Ciro tenta se movimentar para concorrer ao Planalto como o apoio do governo e do PT. Na época (2006), quando ainda era ministro da Integração Nacional, o então socialista foi aconselhado pelo presidente Lula a construir a candidatura “por dentro”.

Na prática, isso significava convencer o PT a apoiar outro nome em 2010, após o término do segundo mandato lulista. Vale lembrar que Dilma Rousseff era simplesmente a chefe da Casa Civil e o PAC sequer tinha sido lançado. Ciro não convenceu ninguém — nem o PT nem o próprio PSB — a disputar as eleições de seis anos atrás.

Ainda é cedo para dizer, hoje, se terá êxito na empreitada. Para muitos, ao arvorar-se como capitão do bloco contra o impeachment, Ciro tenta, neste momento, garantir um protagonismo nacional para segurar seu cacife político local. “Ele só tem força no Ceará se agarrando ao seu naco de prestígio no plano nacional”, disse um desafeto dos irmãos Gomes (Cid e Ciro)

Se apoiasse Ciro Gomes ao Planalto, mesmo que em um eventual segundo turno da corrida presidencial, o PT e o governo azedariam de vez as relações com o PMDB, chamado de “turma da esculhambação” por Ciro. No Ceará, a situação ainda é mais figadal. “Pergunte quantos votos Ciro consegue dentro do próprio partido, o PDT?”, provocou o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).  (Denise Rothenburg – Correio Braziliense)


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