Se algum segmento da aliança que elegeu o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, tinha alguma desconfiança de que Jarbas Vasconcelos poderia disputar a Prefeitura pelo PMDB, que dissipe de vez, rapidamente. Em entrevista ao programa Frente a Frente de ontem, o deputado afirmou que o projeto municipal nunca havia estado entre as suas preocupações.
“Já fui prefeito por duas vezes, saindo bem aprovado. Cumpri minha missão com o Recife”, disse Jarbas, adiantando que em determinado momento algumas pessoas até o estimularam a entrar na disputa. “Você próprio, Magno, tentou várias vezes arrancar uma declaração minha em Brasília sobre isso e eu sempre me recusei”. Principal líder do PMDB no Estado, Jarbas estará no palanque da reeleição de Geraldo.
Seu projeto político, pelo que deixou a entender, ontem, durante a entrevista, é nacional. Não quer se afastar em nenhum momento da discussão em torno da gravíssima crise que o País enfrenta, assumindo papel importante na defesa do impeachment da presidente Dilma e no afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O nome de Jarbas aparece entre os deputados de projeção e envergadura nacionais como alternativa para substituir Cunha, caso este venha a ser cassado e, consequentemente, perder a Presidência da Câmara. Para o deputado pernambucano, Cunha ainda vai fazer várias manobras regimentais para evitar a degola. “É um cínico e malandro, que está recorrendo a manobras no regimento para se manter no poder”, atacou.
Quanto à possibilidade de surgir um movimento nacional em torno do seu nome para presidente da Câmara, Jarbas diz que o cenário atual não permite fazer uma conclusão nessa linha e que somente colocará sua pré-candidatura em discussão quando o presidente Eduardo Cunha for afastado.
Jarbas é um político coerente e corajoso. Mandou uma nota ontem aos blogs informando que não participará do processo da escolha do novo líder do seu partido na Câmara nem também votará em nenhum dos candidatos. A eleição está marcada para o próximo dia 17 de fevereiro.
“São candidatos que não têm compromissos com as mudanças que o partido poderia colocar em prática e que o País tanto precisa, como a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o impeachment da presidente Dilma”, afirmou, para acrescentar: “Não há a menor possibilidade de votar numa pessoa que representa o pensamento, os interesses e a conduta do atual presidente da Casa”.
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