O deputado federal Jarbas Vasconcelos, do PMDB, disse, em entrevista à Rádio Jornal, nesta quarta-feira (23), que o PMDB vai sair do governo Dilma na próxima terça-feira, dia 29.
“Eu tenho um encontro com Michel Temer no Jaburu, na terça-feira. Vamos trabalhar para entregar os cargos. Temer tem que procurar os bons (para um eventual governo). Ele pode ter uma travessia longa, maior do que teve Itamar Franco. Essa travessia pode durar dois anos. Vai dar Temer. O PMDB não pode ficar de calças curtas. Ele está certo ao se recolher, ele não pode parecer que está trabalhando a favor do impeachment, mas tem a obrigação de conversar, e trazer os melhores, dentro do PMDB e fora do PMDB”, afirmou, sobre uma possível formação de governo, após o processo de impedimento da presidente Dilma.
A convenção nacional que decidirá sobre o desembarque ou não do governo Dilma Rousseff (PT) seria no próximo dia 10, conforme o “aviso prévio” de 30 dias anunciado no último sábado (11) pelo partido, mas foi antecipada nesta quinta (17) para 29 de março.
Jarbas, na mesma entrevista, reclamou de Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas. “Ele foi na onda de Lula, ao dizer que o pedido (de impeachment) tinha que ter fato consumado. Ele queria dizer (que foi) golpe, mas não afirmou. Só o PC do B e Dilma falam em golpe. Trata-se de uma afronta à inteligência das pessoas. É o Supremo, a corte maior do País que determinou o rito do impeachment. Renan está contaminado por Lula”, afirmou.
Nesta semana que passou, no mesmo dia em que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), classificou como “afronta” a seu partido a nomeação do peemedebista Mauro Lopes para a pasta de Aviação Civil, contrariando moção da legenda, o PMDB divulgou na noite desta quinta (17) texto em que antecipa uma reunião crucial.
Nesta semana que passou, avolumaram-se a pressão interna da legenda para o rompimento com o governo Dilma, com declarações públicas de uma Associação Nacional de Deputados Estaduais do partido e até mesmo do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Pernambuco esteve entre os 13 Estados que apresentaram requerimento para o PMDB antecipar a convenção nacional e votar o desembarque do governo Dilma, esperada para 11 de abril. O partido divulgou o texto em que seu presidente, Michel Temer, aceitou antecipar a reunião para o dia 29.
Jarbas é um histórico opositor dos governos do PT e diz acreditar que a crise política está mais perto de um desfecho e que a presidente Dilma Rousseff (PT) não deve conseguir resistir ao processo de impeachment aberto na Câmara dos Deputados.
“Até 10 dias atrás a situação não estava definida. Agora está: Dilma deve sair agora no mês de abril, no máximo no começo de maio”, declarou Jarbas. Para o peemedebista, a situação piorou por conta da nomeação do ex-presidente Lula (PT) na Casa Civil e a divulgação dos grampos telefônicos. “Foi desespero dele”, disse Jarbas.
“As únicas pessoas que falam em golpe são a Dilma e o PCdoB. O Supremo definiu o rito do impeachment, não é uma criação da oposição”, defendeu.
Para Jarbas, só o impeachment de Dilma resolveria a situação atual. “Passando na Câmara, o Senado não segura. Vai ser um rolo compressor dentro do Senado. O processo chega com muita força, o País está pegando fogo, está no abismo”, disse. “Ela [Dilma] praticou imoralidade e se colocou acima dos outros. Ela continua dizendo que é limpa, mas ela cometeu deslizes, como dar aquele papel a Lula (termo de posse no Ministério)”, declarou.
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